Agência France-Presse
postado em 15/06/2013 13:19
Teerã - O candidato dos campos reformista e moderado Hassan Rowhani surpreendeu ao vencer no primeiro turno a eleição presidencial no Irã, superando com ampla vantagem seus rivais conservadores. A vitória de Rohani marca o fim de oito anos de poder conservador.
Em seu site oficial, o guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, saudou a eleição de Rowhani. "Felicito o povo e o presidente eleito", escreveu a maior autoridade iraniana, afirmando que "todos devem ajudar o novo presidente e seu governo".
De acordo com resultados definitivos, Rowhani, de 64 anos, obteve 18,6 milhões de votos (50,68%), anunciou o ministro do Interior, Mostapha Mohammad Najjar.
Ele ficou à frente do prefeito conservador de Teerã, Mohammad Bagher Ghalibaf, que recebeu 6,07 milhões de votos, e do chefe dos negociadores na questão nuclear, Said Jalili, com 3,17 milhões, que era apoiado pela ala dura do regime. A taxa de participação foi de 72,7%, acrescentou Najjar.
Após uma campanha morna, este aliado do ex-presidente moderado Akbar Hachemi Rafsandjani, foi beneficiado pela desistência do candidato reformista Mohammad Reza Aref e recebeu o apoio na terça-feira do líder dos reformistas, Mohammad Khatami.
Contudo, a vitória do candidato apoiado pelos campos moderado e reformista não significa uma guinada na política da República Islâmica em temas estratégicos como o nuclear ou as relações internacionais, que estão sob a autoridade direta do guia supremo Ali Khamenei.
Rowhani foi eleito em meio a uma grave crise econômica causada pelas sanções internacionais impostas ao Irã em razão de seu polêmico programa nuclear. Ele substitui o conservador Mahmud Ahmadinejad, que governou o país durante oito anos.
Apesar de alta, a taxa de participação nesta eleição ficou bem abaixo da de 2009, quando 85% dos iranianos aptos a votar compareceram às urnas, de acordo com as autoridades.
Nenhuma irregularidade foi constatada, indicou o Conselho dos Guardiões da Constituição, mas o relator especial da ONU para os direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, havia considerado antes da votação que o ambiente político no país não permitia classificar o processo de "livre e igualitário".
Desejo de mudança
Como representante do aiatolá Khamenei no Conselho Supremo de Segurança Nacional, Rohani defende mais flexibilidade no diálogo com o Ocidente. Ele mesmo dirigiu esse diálogo para os iranianos entre 2003 e 2005 sob a presidência de Khatami. Durante a campanha, Rohani mencionou possíveis discussões diretas com os Estados Unidos, inimigo histórico do Irã.
Já Said Jalili, membro da ala dura do regime, e Ghalibaf recusavam qualquer "concessão".
Em 2009, o anúncio da reeleição de Ahmadinejad no primeiro turno desencadeou protestos, que terminaram em violência, com confrontos entre policiais e manifestantes partidários dos candidatos derrotados Mir Hossein Mussavi e Mehdi Karoubi. Os atos denunciando fraudes se estenderam por semanas.
A contestação foi duramente reprimida e os dois candidatos opositores na época são mantidos em prisão domiciliar desde 2011.
A maioria dos eleitores compartilha as mesmas preocupações: a crise econômica provocada pelas sanções internacionais que causou um aumento do desemprego, uma inflação superior a 30% e uma desvalorização do rial de cerca de 70%.
Essas sanções foram impostas para obrigar o Irã a interromper suas atividades de enriquecimento de urânio, apesar de o país negar que esteja querendo produzir a arma atômica.
Segundo a Constituição, o presidente é a segunda maior autoridade do Estado e suas capacidades de ação são limitadas em questões estratégicas, como a nuclear.
Israel, o outro grande inimigo do Irã, e os Estados Unidos consideram que a eleição não deve trazer mudanças para a política iraniana.
Em seu site oficial, o guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, saudou a eleição de Rowhani. "Felicito o povo e o presidente eleito", escreveu a maior autoridade iraniana, afirmando que "todos devem ajudar o novo presidente e seu governo".
De acordo com resultados definitivos, Rowhani, de 64 anos, obteve 18,6 milhões de votos (50,68%), anunciou o ministro do Interior, Mostapha Mohammad Najjar.
Ele ficou à frente do prefeito conservador de Teerã, Mohammad Bagher Ghalibaf, que recebeu 6,07 milhões de votos, e do chefe dos negociadores na questão nuclear, Said Jalili, com 3,17 milhões, que era apoiado pela ala dura do regime. A taxa de participação foi de 72,7%, acrescentou Najjar.
Após uma campanha morna, este aliado do ex-presidente moderado Akbar Hachemi Rafsandjani, foi beneficiado pela desistência do candidato reformista Mohammad Reza Aref e recebeu o apoio na terça-feira do líder dos reformistas, Mohammad Khatami.
Contudo, a vitória do candidato apoiado pelos campos moderado e reformista não significa uma guinada na política da República Islâmica em temas estratégicos como o nuclear ou as relações internacionais, que estão sob a autoridade direta do guia supremo Ali Khamenei.
Rowhani foi eleito em meio a uma grave crise econômica causada pelas sanções internacionais impostas ao Irã em razão de seu polêmico programa nuclear. Ele substitui o conservador Mahmud Ahmadinejad, que governou o país durante oito anos.
Apesar de alta, a taxa de participação nesta eleição ficou bem abaixo da de 2009, quando 85% dos iranianos aptos a votar compareceram às urnas, de acordo com as autoridades.
Nenhuma irregularidade foi constatada, indicou o Conselho dos Guardiões da Constituição, mas o relator especial da ONU para os direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, havia considerado antes da votação que o ambiente político no país não permitia classificar o processo de "livre e igualitário".
Desejo de mudança
Como representante do aiatolá Khamenei no Conselho Supremo de Segurança Nacional, Rohani defende mais flexibilidade no diálogo com o Ocidente. Ele mesmo dirigiu esse diálogo para os iranianos entre 2003 e 2005 sob a presidência de Khatami. Durante a campanha, Rohani mencionou possíveis discussões diretas com os Estados Unidos, inimigo histórico do Irã.
Já Said Jalili, membro da ala dura do regime, e Ghalibaf recusavam qualquer "concessão".
Em 2009, o anúncio da reeleição de Ahmadinejad no primeiro turno desencadeou protestos, que terminaram em violência, com confrontos entre policiais e manifestantes partidários dos candidatos derrotados Mir Hossein Mussavi e Mehdi Karoubi. Os atos denunciando fraudes se estenderam por semanas.
A contestação foi duramente reprimida e os dois candidatos opositores na época são mantidos em prisão domiciliar desde 2011.
A maioria dos eleitores compartilha as mesmas preocupações: a crise econômica provocada pelas sanções internacionais que causou um aumento do desemprego, uma inflação superior a 30% e uma desvalorização do rial de cerca de 70%.
Essas sanções foram impostas para obrigar o Irã a interromper suas atividades de enriquecimento de urânio, apesar de o país negar que esteja querendo produzir a arma atômica.
Segundo a Constituição, o presidente é a segunda maior autoridade do Estado e suas capacidades de ação são limitadas em questões estratégicas, como a nuclear.
Israel, o outro grande inimigo do Irã, e os Estados Unidos consideram que a eleição não deve trazer mudanças para a política iraniana.