Caracas - O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, anunciou nesta terça-feira (18/6) que viajará para o Peru, Brasil e Chile para denunciar a crise política em seu país, após as eleições de abril vencidas pelo chavista Nicolas Maduro e contestadas pela oposição.
"Os próximos países que vamos visitar vão ser Peru, Brasil, Chile e, muito provavelmente, México", antecipou Capriles durante o seu programa "Somos todos Venezuela", acrescentado que irá anunciar a sua agenda nos próximos dias.
[SAIBAMAIS] Capriles não reconhece a vitória de Maduro, que o derrotou por uma estreita margem de 1,49 pontos percentuais nas eleições presidenciais de 14 de abril, e contesta os resultados junto a coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD).
"Vou continuar a levar a voz da maioria dos venezuelanos para outros países. É muito importante que levantemos na América Latina a bandeira da democracia, alternância e progresso", disse Capriles, governador do estado de Miranda (norte).
O opositor iniciará seu giro após uma reunião em Bogotá com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que provocou em 29 de maio uma crise diplomática entre os dois países. Devido a este encontro, Maduro, que está em visita oficial a Portugal, chegou a anunciar que revisaria o papel da Venezuela como acompanhante nas negociações de paz entre Bogotá e as FARC, mas finalmente confirmou a sua participação.
Capriles evitou especificar se durante seu giro se reunirá com os líderes dos países latino-americanos. "Ao contrário de Maduro, não procuro tirar fotos para mostrar. Estamos levando a voz da verdade", disse. Após as tensões diplomáticas entre Bogotá e Caracas, Capriles suspendeu uma visita ao Peru, onde previa se reunir com parlamentares da oposição e líderes políticos que questionam a escolha de Maduro e com o ex-presidente social-democrata Alan Garcia.
Capriles explicou que também pretende levar uma mensagem contra a reeleição por tempo indefinido. "Há muitos países na América Latina que, infelizmente, planejam mudar suas constituições para implementar reeleições indefinidas (...) assumi a responsabilidade de impedir que isso aconteça".
Outros líderes e deputados da oposição também têm feito visitas a países como México e Paraguai.