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A três meses das eleições na Alemanha, parada gay recebe tom político

Cinquenta carros alegóricos coloridos participaram do desfile ao som de muita música até o simbólico Portão de Brandemburgo, onde um palco foi montado

Agência France-Presse
postado em 22/06/2013 13:57
Partidos políticos marcharam com faixas proclamando em alemão e inglês
Berlim
- A três meses das eleições legislativas alemães, centenas de milhares de pessoas aproveitaram a Parada Gay de Berlim para denunciar a recusa do partido conservador da chanceler Angela Merkel em acordar a completa igualdade de direitos aos casais homossexuais.

No cortejo colorido e festivo, a Rússia também foi apontada por causa de suas leis repressivas, recentemente adotadas.

Os organizadores, que esperavam meio milhão de pessoas, não quiseram, assim como a polícia, indicar o número de participantes. Em 2012, 700 mil pessoas marcharam pelas ruas da capital alemã.

Cinquenta carros alegóricos coloridos participaram do desfile ao som de muita música até o simbólico Portão de Brandemburgo, onde um palco foi montado.

À frente da multidão, partidos políticos marcharam, atrás do carro dos organizadores com faixas proclamando em alemão e inglês "um basta aos sermões dominicais" e "Marchar, Votar, Mudar", em referência às raízes cristãs do partido conservador CDU da chanceler Angela Merkel, e às eleições parlamentares de 22 de setembro.


No cortejo colorido e festivo, a Rússia também foi apontada por causa de suas leis repressivas, recentemente adotadasO CDU foi excluído da parada por causa de sua recusa em conceder aos casais do mesmo sexo o direito de adotar. No último minuto, o carro da organização de gays e lésbicas deste partido conservador (LSU) recebeu permissão e alguns bravos vestindo uma camisa com a inscrição "Os soldados gays de Mutti" - apelido de Merkel em seu partido - se juntaram à marcha em meio as vaias.

Os partidos de oposição (social-democratas, verdes e o Die Linke de extrema-esquerda) cortejaram os manifestantes com palavras de ordem como "100% de igualdade para a família arco-iris", referindo-se às cores da bandeira gay.

Na Alemanha, os homossexuais conquistaram uma vitória após a decisão do Tribunal Constitucional de exigir que as uniões entre pessoas do mesmo sexo garantam os mesmos direitos em matéria tributária que os casamentos heterossexuais.

O casamento gay não existe na Alemanha, mas poucas faixas o exigiam. Desde 2001 é possível registrar uma união homossexual, o que dá quase os mesmos direitos que os casais heteros, com exceção a adoção.

A Parada do Orgulho Gay também quis chamar a atenção para a situação na Rússia, onde a Duma (câmara baixa do parlamento) votou na sexta-feira uma lei que proíbe a adoção de crianças russas por casais homossexuais ou solteiros de países que legalizaram a união entre pessoas do mesmo sexo.

Gays e lésbicas do SPD usavam uma longa faixa onde se lia, em alemão e russo, "Não à criminalização da homossexualidade".

Um desfile de "paralelo" contestando a "normalização" de gays e lésbicas deve reunir nesta tarde alguns milhares de pessoas no leste da capital alemã.

Em 28 de junho de 1969, em Christopher Street, em Nova York, os clientes do Stonewall Bar, travestis e jovens prostitutas, se rebelaram pela primeira vez contra a invasão da polícia. Os quatro dias de tumultos que se seguiram lançou o movimento pela igualdade de direitos a comunidade.

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