Cairo - O novo governador de Luxor, membro de uma formação islamita ligada a um ataque nesta cidade turística em 1997, cuja nomeação causou agitação no Egito, anunciou neste domingo (23/6) sua intenção de renunciar. Adel al-Khayyat afirmou em uma coletiva de imprensa que decidiu "apresentar a sua renúncia ao primeiro-ministro Hisham Qandil", porque não deseja que "uma única gota de sangue" seja derramada devido a sua nomeação.
Al-Khayyat é membro do Partido da Construção e do Desenvolvimento, braço político do grupo islâmico radical Gama;a Islamiya. Ele foi nomeado governador de Luxor, por decreto presidencial, há uma semana, bem como outras 16 pessoas, incluindo muitos islamitas e militares. O Gama;a Islamiya esteve por trás de uma série de ataques na década de 1990 antes de renunciar à violência. Em 1997, o grupo reivindicou um ataque a um monumento histórico faraônico na região de Luxor, que causou 68 mortes, incluindo 58 turistas.
Para protestar contra a nomeação de Al-Khayyat, o Ministro do Turismo, Hisham Zaazou, apresentou sua renúncia, que foi recusada pelo primeiro-ministro. A nomeação de Al-Khayyat também causou indignação no setor de turismo, altamente rentável antes da revolta de 2011, que levou à queda de Hosni Mubarak, mas que tem sofrido muito com a instabilidade política e falta de segurança no país.