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Obama e Karzai apoiam criação de escritório dos talibãs no Catar

Os dois também reafirmaram que "o processo de paz e de reconciliação dirigido pelos afegãos e de 'propriedade afegã' é a melhor maneira de por fim à violência

Agência France-Presse
postado em 26/06/2013 00:40

Washington - A Casa Branca informou nesta terça-feira que o presidente afegão, Hamid Karzai, que até agora era contrário à abertura de uma representação política oficial dos talibãs no Catar, chegou a um acordo sobre o tema com o presidente Barack Obama.

Durante uma videoconferência, os dois líderes afirmaram "seu apoio a um escritório em Doha para levar adiante negociações entre o Alto Conselho para a Paz (do governo afegão) e representantes dos talibãs", disse a Casa Branca em um comunicado.

Os dois também reafirmaram que "o processo de paz e de reconciliação dirigido pelos afegãos e de ;propriedade afegã; é a melhor maneira de por fim à violência e garantir uma estabilidade duradoura no Afeganistão e na região", segundo o comunicado.


Obama parece ter convencido Karzai a renovar os esforços de paz, depois da furiosa resposta do líder afegão à abertura do escritório de representação dos talibãs, apresentada como sede de um Estado no exílio. O grupo rebelde abriu a representação sob sua bandeira branca, referindo-se a si mesmos como "Emirado Islâmico do Afeganistão", nome de seu regime entre 1996 e 2001.

Na segunda-feira, o enviado especial americano para Afeganistão e Paquistão, James Dobbins, disse que Washington também estava "indignado" pela maneira como os talibãs abriram o escritório. Na semana passada, os talibãs e os americanos anunciaram a retomada dos contatos, visando a negociações de paz.

Washington, que dirige a força internacional da Otan no Afeganistão (Isaf, na sigla em inglês), aliada do governo de Cabul frente aos rebeldes, anunciou que enviaria representantes a Doha. Inicialmente, os anúncios não agradaram ao presidente Karzai, que temia ficar à margem do processo. O motivo seria o fato de os talibãs não reconhecerem Karzai como interlocutor por considerarem seu governo ilegítimo.

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