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Pelo menos 27 pessoas morrem em distúrbios em região muçulmana da China

Pessoas armadas com facas atacaram várias delegacias e a sede do governo da cidade de Lukqun, 250 km ao sudeste da capital regional Urumqi, perto de Turpan

Agência France-Presse
postado em 26/06/2013 06:20
Pequim - Pelo menos 27 pessoas, incluindo nove policiais, morreram nesta quarta-feira (26/6) em violentos distúrbios em Xinjiang, uma região do noroeste da China de maioria muçulmana, informou a agência estatal Xinhua. As primeiras 17 vítimas - policiais, guardas e oito civis - morreram nos distúrbios. As outras 10 faleceram quando a polícia abriu fogo contra a multidão, informou uma fonte do governo local que pediu anonimato à agência oficial.

Pessoas armadas com facas atacaram várias delegacias e a sede do governo da cidade de Lukqun, 250 km ao sudeste da capital regional Urumqi, perto de Turpan, conforme informou a Xinhua. "Os insurgentes esfaquearam várias pessoas e incendiaram veículos policiais", completou a agência, que cita fontes regionais do Partido Comunista Chinês (PCC). Três pessoas foram detidas e a polícia procura os que fugiram, segundo a Xinhua.

Em abril, 21 pessoas morreram em confrontos armados entre "separatistas" uigures, a população muçulmana de língua turca de Xinjiang, e policiais, segundo a versão oficial chinesa. A região de Xinjiang é cenário frequente de distúrbios em consequência da tensão entre hans, a etnia majoritária da China, e uigures, acusados por Pequim de "terrorismo" e separatismo.



Os grupos uigures no exílio rebatem as acusações de terrorismo e afirmam que as desigualdades e a repressão religiosa são responsáveis pelos distúrbios. "A incessante repressão e a provocação explicam os confrontos", afirmou nesta quarta-feira o porta-voz no exílio do Congresso Uigur Mundial, Dilxat Rexit.

No ano passado, Xinjiang, um território que tem menos de 2% da população chinesa, concentrou mais da metade dos julgamentos por "ataque à segurança do Estado", segundo a Fundação Duihua (Diálogo), com sede nos Estados Unidos.

A organização, especializada no aspecto jurídico dos direitos humanos na China, considera que existe uma "discriminação étnica" contra os uigures na China. De acordo com números oficiais, Xinjiang tem 46% de uigures e 39% de hans.

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