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Barack Obama deve chegar na noite desta sexta-feira a África do Sul

Durante o voo, o presidente americano afirmou que não há necessidade de tirar uma foto ao lado de Madela

Agência France-Presse
postado em 28/06/2013 11:54
O presidente americano, Barack Obama, chegará nesta sexta-feira (28/6) à noite na África do Sul para uma visita histórica, no momento em que o estado de saúde do herói da luta contra o apartheid, Nelson Mandela. O avião presidencial Air Force One decolou do aeroporto de Dacar com 45 minutos de atraso e aterrissará na África do Sul à noite. A agenda oficial de Obama começa no sábado.

Obama participa de coletiva no Senegal

No voo, Obama afirmou que não há necessidade de tirar uma foto ao lado de Madela. "Veremos como está a situação quando aterrissarmos. Não preciso de uma foto com ele. A última coisa que quero é ser inoportuno num momento de preocupação familiar", afirmou Obama aos jornalistas a bordo do avião. A poucas horas da chegada do presidente americano, dezenas de jornalistas de todo o mundo e uma multidão de anônimos seguem reunidos em frente ao Hospital Mediclinic Heart em Pretória, onde o primeiro presidente negro do país está hospitalizado.



Nesta manhã, vinte crianças cantaram e dançaram na rua, desejando a recuperação do herói nacional, que completará 95 anos em 18 de julho. Na África do Sul, "o presidente Obama falará sobre o legado de Nelson Mandela, e isto ocupará grande parte de nosso tempo", declarou o conselheiro adjunto da segurança dos Estados Unidos, Ben Rhodes. Obama se reunirá com o presidente sul-africano, Jacob Zuma, e visitará o município de Soweto no sábado, antes de viajar no domingo ao Cabo.

O presidente americano também visitará a prisão de Robben Island, onde Mandela passou 18 dos 27 anos em que esteve detido. Trata-se de mais uma visita simbólica de Obama, que visitou na quinta-feira a Ilha de Goreia, símbolo da escravidão. Foi em Robben Island, onde Mandela passou vários anos quebrando pedras e respirando a poeira que prejudicou irreversivelmente seus pulmões.

De acordo com o governo sul-africano, não está previsto que Obama visite Mandela, devido a seu estado de saúde. Nesta manhã, estudantes muçulmanos organizaram uma oração em frente à embaixada americana em Pretória, denunciado a visita do presidente americano. "Estamos aqui para protestar contra a visita do presidente Barack Hussein Obama", disse o imã Syed Sayeed ao microfone. "Como indivíduos que amam a liberdade, não temos nenhum problema com Barack Obama, mas temos um problema com o presidente Barack Hussein Obam" e a política externa brutal do governo dos Estados Unidos".

Sul-africanos manifestam contra a vinda de Barack Obama ao país

A eles se uniram cerca de 200 sindicalistas e membros da sociedade civil sul-africana, que se manifestaram contra a política "imperialista" dos Estados Unidos. "Basta de imperialismo americano! Basta de capitalismo", gritavam os manifestantes. A manifestação reuniu o Congresso dos Sindicatos Sul-Africanos (Cosatu), a Liga da Juventude Comunista da África do Sul e a Associação de Estudantes Muçulmanos, que também organizou uma oração em frente à representação diplomática dos Estados Unidos.

[SAIBAMAIS]Seus cartazes denunciavam os ataques aéreos dos Estados Unidos ao redor do mundo, o embargo à Cuba, bem como a prisão de Guantánamo e "o assassinato de palestinos". "Estamos aqui para dizer ao povo americano que esta guerra também é deles. O terror e a tirania que o seu governo espalha em todo um mundo é o mesmo terror e tirania dentro de suas fronteiras", declarou, na caçamba de um caminhão, Buti Manamela, secretário nacional da Liga da Juventude Comunista. O restante do país está mais tranquilo, depois do anúncio da presidência sul-africana de que a morte de Mandela não é tão eminente como se temia.

Na quinta-feira, os sul-africanos começaram a se preparar para a despedida, mas durante a tarde foram surpreendidos pela notícia de que o estado de Madela teria melhorado. "Continua em estado crítico, mas agora está estável", indicou a presidência. Ainda assim, a família de Mandela admitiu pela primeira vez publicamente a perspectiva de sua morte. "Só posso reiterar que Tata (papai) está em condição muito crítica, qualquer coisa é iminente", declarou nesta quinta-feira a filha mais velha de Mandela, Makaziwe, em uma entrevista à rádio pública SAFM. "Mas também quero enfatizar de novo que apenas Deus sabe quando chegará sua hora... vamos esperar ao lado dele, com papai, enquanto continuar conosco", completou.

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