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Tensão no Egito aumenta; EUA não recomendam viagem após morte de americano

Durante visita à África do Sul, presidente americano Barack Obama manifestou preocupação com a situação no Egito

Agência France-Presse
postado em 29/06/2013 08:46
Cairo - O governo dos Estados Unidos recomendou que seus cidadãos não viajem ao Egito após a morte na sexta-feira de três pessoas no país, incluindo um americano, em distúrbios entre partidários e opositores do presidente islamita Mohamed Mursi.

Durante uma visita à África do Sul, o presidente americano Barack Obama manifestou preocupação com a situação no Egito e pediu a Mursi que atue de maneira "mais construtiva".

"Acompanhamos a situação com preocupação", afirmou em Pretória, antes de destacar que o governo americano adotou medidas para garantir a segurança da embaixada, dos consulados e dos funcionários diplomáticos.

[SAIBAMAIS]"Pedimos a todas as partes que não se envolvam na violência, e à polícia e ao exército que apresentem mostras de moderação apropriada", completou.

Obama também pediu ao colega egípcio que inicie uma "conversação mais construtiva" para melhorar a situação do país.

No domingo estão convocadas manifestações para pedir a renúncia do presidente islamita e a celebração de eleições antecipadas, em um clima tenso, que provocou sete mortes na última semana no país.

O Departamento de Estado divulgou um alerta no qual recomenda aos americanos que adiem as viagens "não essenciais" ao Egito no momento, em consequência da "instabilidade política e social".

Além disso, o Departamento de Estado destaca que "autoriza a saída de um número limitado de funcionários não essenciais e seus familiares", pelo temor dos possíveis conflitos políticos e sociais.

Um ano depois da posse de Mursi, primeiro presidente islamita e civil do Egito, as manifestações dos opositores demonstram as divisões crescentes no país, o que provoca temores de uma propagação da violência.

A Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, advertiu a oposição que não permitirá um "golpe de Estado" contra o presidente, um dia antes de um protesto previsto para domingo para exigir eleições presidenciais antecipadas.

Apesar da mobilização policial e militar para proteger as instalações vitais, confrontos violentos foram registrados entre simpatizantes e adversários de Mursi em Alexandria, a segunda maior cidade do país, onde morreram um egípcio e um americano.

De acordo com o chefe do departamento de segurança de Alexandria, Amine Ezzedine, o jovem americano morreu quando fazia fotos em meio aos distúrbios.



A morte de um cidadão americano foi confirmada pelo porta-voz do Departamento de Estado, Patrick Ventrell.

A Universidade Kenyon de Ohio anunciou que os funcionários da embaixada dos Estados Unidos identificaram a vítima como um estudante do centro universitário, Andrew Pochter, de 21 anos, de Maryland.

Pochter trabalhava para a AMIDEAST, uma organização americana sem fins lucrativos. Outra pessoa também morreu no confronto de Alexandria.

Na cidade de Port-Said, no canal de Suez, um jornalista egípcio morreu e várias pessoas ficaram feridas quando um grupo jogou um pequeno artefato explosivo contra manifestantes anti-Mursi.

Manifestantes enfrentaram a polícia e queimaram a sede do Partido da Liberdade e Justiça (PLJ), a organização política da Irmandade Muçulmana, no bairro de Sidi Gaber, Alexandria.

Confrontos também foram registrados em Aga, no delta do Nilo, e nas províncias de Daqahliya e Beheira, com pelo menos 130 feridos em todo o Egito.

No Cairo, dezenas de milhares de simpatizantes de partidos islamitas se reuniram nas imediações da mesquita de Rabaa al-Adauiya de Nasr Ciry, subúrbio da capital, para manifestar apoio a Mursi e pedir sua permanência no governo.

Apenas um ano depois de chegar ao poder, Mursi sofre pressão dos opositores para que abandone a presidência.

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