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Paz no Afeganistão era possível em 2002, afirma general da Otan

Carter, adjunto do comandante da coalizão da Otan, admitiu que "é fácil ser sábio a posteriori"

Agência France-Presse
postado em 29/06/2013 09:55
Cabul - O Ocidente deveria ter negociado com os talibãs há mais de 10 anos, afirmou o número dois da força internacional da Otan no Afeganistão (Isaf), após o fracasso dos recentes esforços para iniciar negociações de paz.

[SAIBAMAIS]Em uma entrevista ao jornal The Guardian, o general britânico Nick Carter afirma que a oportunidade de pacificar o país foi desperdiçada em 2002, depois que os talibãs foram expulsos do poder em uma intervenção militar após os atentados de 11 de setembro de 2001.

"Os talibãs fugiam. Naquele momento, se tivéssemos sido mais perspicazes, teríamos percebido que (era possível) uma solução política final com todos os afegãos à mesa para que projetassem o futuro", disse.

O general Carter, adjunto do comandante da coalizão da Otan, admitiu que "é fácil ser sábio a posteriori". Mas os problemas do Afeganistão são temas políticos que "apenas podem ser resolvidos por meio do diálogo", disse.



A busca de uma solução de paz com os talibãs é uma prioridade para o governo afegão e as potências internacionais, sobretudo porque a insurreição prossegue em várias regiões e as tropas sob comando americano se preparam para deixar o país em 2014.

A abertura de uma representação dos talibãs no Qatar em 18 de junho, que supostamente vai favorecer as negociações, provocou uma crise diplomática quando os insurgentes se definiram como "Emirado Islâmico do Afeganistão", como se chamava o país durante seu governo de 1996 a 2001.

O presidente afegão Hamid Karzai, furioso com o fato da representação ter se estabelecido como a embaixada de um governo no exílio, rompeu as negociações sobre um acordo de segurança com Washington e ameaçou boicotar o processo de paz.

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