Viena - O presidente da Bolívia, Evo Morales, reclamou nesta quarta-feira (3/7) da maneira como foi tratado depois que seu avião foi desviado para Viena na terça-feira por suspeitas de que transportava o americano Edward Snowden, procurado pela justiça dos Estados Unidos. "Não sou um criminoso", afirmou Morales no aeroporto da capital austríaca à Agência Austria Press, depois que, segundo as autoridades bolivianas, vários países europeus negaram autorização de entrada no espaço aéreo.
[SAIBAMAIS]Autoridades bolivianas e austríacas afirmaram que Snowden não estava a bordo do avião, que decolou de Moscou e teve que fazer uma escala em Viena. O governo da Áustria informou nesta quarta-feira que o técnico de informática americano Edward Snowden não estava a bordo do avião do presidente boliviano, mas reconheceu que não inspecionou a aeronave. "O avião de Morales pousou às 21h40 (16h40 de Brasília) procedente de Moscou. Os passaportes foram verificados e, ao contrário dos boatos, Edward Snowden não estava a bordo", afirmou à AFP o porta-voz do ministério do Interior austríaco, Karl-Heinz Grundboeck.
O avião, no entanto, não foi inspecionado e os passageiros foram apenas submetidos a um controle de passaportes, destacou. "Não existia uma base legal para uma operação", disse Grundboeck. Snowden está na zona de trânsito do aeroporto de Moscou desde 23 de junho. Ele é acusado de espionagem por Washington por ter revelado um amplo programa de vigilância telefônica e na internet. Morales disse à imprensa que Madri pediu para inspecionar o avião antes de autorizar a entrada no espaço aéreo, mas que ele se negou porque seria uma violação da legislação internacional.
Mais tarde, o governo da Espanha anunciou que concedeu permissão para que o avião sobrevoe seu espaço aéreo e faça uma escala. Uma fonte da chancelaria destacou que a Espanha "autorizou na terça-feira o sobrevoo e a escala do avião presidencial da Bolívia, mas de forma imprevista o avião acabou fazendo escala em Viena". O ministério francês das Relações Exteriores também informou que concedeu autorização para que o avião de Morales passe por seu espaço aéreo. A Itália também anunciou que permitirá a entrada do avião em seu espaço aéreo. Autoridades bolivianas informaram que o avião de Morales teve que ser desviado a Viena na terça-feira à noite, depois que França, Itália e Portugal negaram o pedido de entrada em seu espaço aéreo.