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Sequestrador de Cleveland não poderá ver filha nascida em cativeiro

Castro pode enfrentar a pena de morte se for declarado culpado de homicídio agravado por ter provocado abortos em uma de suas vítimas

Agência France-Presse
postado em 03/07/2013 14:19
CHICAGO - Ariel Castro, acusado do sequestro e estupro de três jovens americanas em sua casa em Cleveland (Ohio, norte dos Estados Unidos) durante uma década, não poderá ver sua filha nascida em cativeiro, decidiu nesta quarta-feira um juiz americano.

Ao fim da breve audiência, Castro, um motorista de ônibus desempregado, perguntou ao juiz se poderia ter contato com sua filha, em alusão a Jocelyn, a menina de seis anos que teve com Amanda Berry, uma das mulheres sequestradas.

"Não vou permitir isso", disse o juiz do condado de Cuyahoga, Michael Russo. "Acredito que seria inapropriado", completou. Os testes de DNA confirmaram que Castro é o pai da menina, que também vivia reclusa com as três mulheres.



Castro, de 52 anos, pode enfrentar a pena de morte se for declarado culpado de homicídio agravado por ter provocado abortos em uma de suas vítimas ao espancá-la e se recusar a alimentá-la. Esse crime é considerado um crime capital em Ohio, caso ocorra no âmbito de um sequestro.

Durante a audiência desta quarta, o acusado, sob vigilância para evitar que se suicide na prisão, manteve a cabeça baixa e apenas murmurou as respostas às perguntas do juiz de Ohio, que o declarou apto para ser julgado.

O caso veio à tona no início de maio, depois que Berry, de 27 anos, conseguiu escapar com sua filha ao chamar a atenção de um vizinho.

Posteriormente, a polícia encontrou outras duas prisioneiras na casa: Gina DeJesus, de 23 anos, e Michelle Knight, de 32. As três mulheres foram raptadas em ações separadas em 2002, 2003 e 2004.

Em audiências anteriores, os advogados de Castro reconheceram muitas das mais de 300 acusações contra ele. Mas propuseram uma declaração de culpa do acusado se os promotores desistissem de pedir a pena de morte pelas acusações de homicídio agravado.

Os promotores não deram mostras públicas de querer evitar um julgamento possivelmente traumático, e se preparam para apresentar acusações adicionais diante de um grande júri.

O juiz Russo advertiu que, se a acusação formal incluir acusações de homicídio agravado, o caso será transferido a outro juiz com mais experiência em tratar crimes capitais. A intimação do júri está programada para 5 de agosto, mas ainda não foi fixada uma data para o julgamento.

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