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Presidente do Irã fala contra intervenção islâmica em questões privadas

Hassan Rohani também prometeu restabelecer as relações diplomáticas do Irã com o mundo

Agência France-Presse
postado em 03/07/2013 18:13
TEERÃ - O presidente eleito do Irã, Hassan Rohani, renovou suas promessas de campanha ao dizer, nesta quarta-feira (3/7), que o governo islâmico não deve intervir na vida privada dos cidadãos.

"Um governo forte não é um governo que intervém na vida privada das pessoas", afirmou o moderado Rohani durante discurso feito para uma plateia de religiosos.

Ele disse ainda que um governo não exerce seu poder a partir de imposições, de "restrições e intervenções à vida privada das pessoas", mas sim reforçando "suas crenças e seu capital social".

Durante a campanha para as eleições presidenciais do último 14 de junho, o discurso adotado por Rohani - a favor da liberdade de imprensa e das liberdades individuais - permitiu que ele derrotasse os adversários conservadores na urnas.

Nos debates organizados pela televisão iraniana no início de junho, Rohani criticou a proibição das antenas parabólicas, considerando a lei "uma violação da vida privada das pessoas". Além disso, a proibição, segundo ele, impede que os iranianos se conectem ao resto do mundo.

O presidente eleito também prometeu restabelecer as relações diplomáticas do Irã com o mundo e reduzir as tensões relacionadas ao programa nuclear, concentrando esforços para suspender as sanções que afetam gravemente a economia do país.



Os países ocidentais impuseram duras sanções ao Irã na tentativa de obrigar o país a renunciar ao controverso programa nuclear.

No discurso feito diante de religiosos nesta quarta-feira, Rohani pediu que o clero coopere com o governo para resolver os problemas do país.

"Nunca um governo encontrou tantos problemas (...) No momento em que o povo depositou toda sua confiança no governo, não pode haver atrito entre o executivo, o clero e o povo", ressaltou.

O futuro chefe do governo pediu para que o povo iraniano seja paciente. "Os problemas criados em muitos anos não podem ser solucionados em alguns dias ou meses", disse.

"O governo islâmico deve se vangloriar de suas vitórias, mas também reconhecer em que fracassou", ponderou Rohani.

Segundo ele, o uso da força não é a melhor maneira de lidar com a questão os jovens iranianos, optando pelo diálogo como solução.

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