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Príncipe Philippe terá de provar que está à altura do trono belga

O príncipe é o filho mais velho de Albert II, ele é o primeiro na linha de sucessão ao trono

Agência France-Presse
postado em 03/07/2013 19:06
BRUXELAS - O príncipe Philippe, que se tornará o sétimo rei dos belgas em 21 de julho próximo, ainda precisa mostrar, aos 53 anos, que estará à altura do cargo, em um país onde o soberano já não é um vínculo garantido entre flamengos e valões.

"Após 20 anos de reinado, considero que chegou o momento de passar a tocha para a geração seguinte", disse o rei Albert II nesta quarta, ao anunciar em pronunciamento em rede nacional sua decisão de abdicar.

Herdeiro do trono e casado com a princesa Mathilde, o príncipe Philippe, duque de Brabante, "está bem preparado para me suceder", garantiu o rei Albert II.

Nascido em Bruxelas em 15 de abril 1960, o príncipe - filho mais velho de Albert II e da rainha Paola - é o primeiro na linha de sucessão ao trono. Em 1999, Philippe se casou com a aristocrata belga Matilde d;Udekem d;Acoz, 13 anos mais nova, dando um toque de glamour a essa monarquia em geral considerada entediante.

Philippe e Mathilde tiveram quatro filhos: a primogênita é a princesa Elizabeth, nascida em 2001, e que um dia poderá se tornar a primeira rainha dos belgas.

Nos anos 1960 e 1970, a relação entre o rei Albert II, então príncipe herdeiro, e sua mulher de origem italiana, Paola, passou por uma fase difícil, e o casal se descuidou da educação dos três filhos. Em grande parte do tempo, as crianças ficavam na casa de amigos.

O jovem príncipe era um rapaz tímido, característica que manteve com o tempo. Teve desempenho escolar medíocre em um colégio de jesuítas em Bruxelas e em um liceu católico em Flandres. Depois, seguiu formação militar, na qual obteve sua licença de piloto de caça, de paraquedista e de comando, antes de ingressar na Universidade de Oxford (Inglaterra) e de Stanford (Estados Unidos).



Em 1993, quando o rei Baudouin, irmão mais velho de Albert II, faleceu inesperadamente, aos 62 anos e sem deixar filhos, alguns pensaram que Philippe, então com 33, seria seu sucessor. A classe política considerou, porém, que Philippe "não estava pronto" para o trono.

Durante 20 anos, o príncipe se preparou, adquiriu confiança em si mesmo e presidiu dezenas de missões econômicas em todo o mundo.

Muito em breve, Philippe terá de mostrar se está de fato preparado e à altura do trono, sobretudo, diante da proximidade das eleições legislativas de maio de 2014.

O partido flamengo N-VA de Bart De Wever, que lidera as pesquisas, ameaça bloquear a formação de um governo se suas exigências não forem aceitas. O grupo separatista exige que a monarquia seja afastada de qualquer papel político, e se limite a uma função protocolar.

Seu pai, o rei Albert II, também será lembrado por seu papel-chave como mediador entre 2010 e 2011. Foram 541 dias sem governo no país, devido às disputas entre os valões francófonos, no sul do país, e os nacionalistas flamengos, no norte.

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