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Chanceler da Bolívia defende revisão dos tratados internacionais

O incidente aéreo vivido na Europa esta semana pelo presidente Evo Morales colocou os tratados internacionais "em xeque"

Agência France-Presse
postado em 07/07/2013 16:46

O incidente aéreo vivido na Europa esta semana pelo presidente Evo Morales colocou os tratados internacionais

La Paz - O incidente aéreo vivido na Europa esta semana pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, colocou os tratados internacionais "em xeque" e obriga a um amplo debate para sua revisão, declarou neste domingo o ministro boliviano das Relações Exteriores, David Choquehuanca. "Talvez seja a hora de começarmos a repensar a efetividade dos acordos internacionais. Esses acordos estão em xeque", depois do episódio na Europa, afirmou Choquehuanca, em entrevista à imprensa oficial boliviana.

Para o ministro, "há um antes e um depois da agressão a Morales", porque "foram violados o Direito Internacional, os direitos humanos de presidente e a imunidade contemplada nos tratados". Choquehuanca acrescentou que o incidente oferece uma grande oportunidade para gerar um debate e identificar as fragilidades dos tratados internacionais, sendo "a Bolívia que tem de liderar esse debate".



Depois de uma reunião de emergência na quinta-feira, em Cochabamba (centro da Bolívia), os presidentes de Venezuela, Argentina, Equador, Uruguai e Suriname exigiram dos governos europeus envolvidos (França, Portugal, Itália e Espanha) que peçam desculpas a Morales e expliquem o motivo pelo qual bloquearam seu espaço aéreo. O ato foi considerado uma agressão regional.

[SAIBAMAIS]O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), que reúne 34 Estados da América Latina e Caribe, convocou para a próxima terça uma sessão extraordinária para discutir o incidente do avião do presidente boliviano.

"Não queremos apenas desculpas públicas. É preciso identificar os verdadeiros responsáveis para que sejam exemplarmente punidos, para que isso não possa acontecer no futuro", insistiu Choquehuanca, após lamentar que, até agora, a Bolívia não recebeu explicações satisfatórias.

O chanceler exigiu também "não mais relações de agressão, de humilhação, mas de respeito".

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