postado em 08/07/2013 10:12
O presidente de Cuba, Raúl Castro, defendeu o direito de os governos latino-americanos concederem asilo político ao ex-agente norte-americano Edward Snowden. Castro criticou a ;perseguição; ao norte-americano. Segundo ele, o esquema de espionagem é conhecido pelo governo cubano. Na semana passada, o presidente da Bolívia, Evo Morales, teve o avião impedido de sobrevoar o espaço aéreo de quatro países europeus por suspeita de levar a bordo Snowden."Respaldamos o direito soberano da Venezuela e de todos los estados de região de conceder asilo ao perseguido por seus ideais ou lutas contra os direitos democráticos, segundo nossa tradição;, disse Castro. É a primeira manifestação pública de Castro sobre o tema. O norte-americano pediu asilo político a 21 países. Até o momento, Bolívia, Venezuela e Nicarágua se ofereceram para recebê-lo. Segundo o presidente cubano, as revelações de Snowden permitiram confirmar a existência de um sistema de ;espionagem global dos Estados Unidos, que violam a soberania das nações, inclusive de seus aliados e os direitos humanos;. ;Cuba, que historicamente é um dos países mais agredidos e também espionados do planeta, já conhecia a existência desses esquemas;, disse.
[SAIBAMAIS]No domingo (7/7) o governo do Brasil pediu explicações aos Estados Unidos sobre as informações referentes à espionagem das comunicações de cidadãos brasileiros pela Agência Nacional de Segurança daquele país (NSA, na sigla em inglês). O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que foram pedidos esclarecimentos aos Estados Unidos por intermédio da Embaixada do Brasil em Washington e também ao embaixador dos Estados Unidos no Brasil. O chanceler ressaltou que recebeu com ;grave preocupação; a notícia de que contatos eletrônicos e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados.
Patriota disse que o governo brasileiro lançará iniciativas na Organização das Nações Unidas (ONU) pelo estabelecimento de normas claras de comportamento para os países quanto à privacidade das comunicações dos cidadãos e a preservação da soberania dos demais Estados. O Itamaraty pretende ainda pedir à União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra, na Suíça, o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações. O escândalo sobre o monitoramento das comunicações privadas de cidadãos e empresas de dentro e de fora do país pelo governo dos Estados Unidos veio à tona após Snowden revelar a prática. Os dados eram vigiados por meio do Prism, programa de vigilância eletrônica altamente secreto mantido pela NSA.