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Acusados no processo "petróleo por alimentos" da ONU são absolvidos

O tribunal afirma que os réus não incorreram em nenhum dos delitos de corrupção, tráfico de influências ou abuso de bens sociais dos quais eram acusados

Agência France-Presse
postado em 08/07/2013 10:56
Paris - Todos os acusados no caso de desvios do programa das Nações Unidas no Iraque "Petróleo por alimentos", entre eles empresa petroleira francesa Total e o ex-ministro Charles Pasqua, foram absolvidos nesta segunda-feira (8/7) pelo Tribunal Penal de Paris. O tribunal afirma que os réus não incorreram em nenhum dos delitos de corrupção, tráfico de influências ou abuso de bens sociais dos quais eram acusados. "É uma grande vitória", declarou a advogada de Charles Pasqua, Jacqueline Laffont.

[SAIBAMAIS]A promotoria pediu a absolvição de Pasqua e uma pesada multa para o grupo Total, bem como multas para a maioria dos demais acusados. O ex-ministro do Interior (1986-1988) do primeiro governo de Jacques Chirac e no de Édouard Balladur (1993-1995), e o grupo petrolífero estavam entre os 20 réus por suposto envolvimento na violação do programa "Petróleo por alimentos". Em vigor de 1996 a 2003, este programa pretendia mitigar os efeitos sobre a população iraquiana do embargo imposto pelas Nações Unidas em resposta à invasão na década de 1990 do Kuwait pelo Iraque.



O programa permitia que Saddam Hussein vendesse petróleo em quantidades limitadas, sob o controle das Nações Unidas, para comprar bens de consumo. Mas Bagdá conseguiu driblar este controle através das vendas paralelas e por superfaturamento, distribuindo milhões de barris a personalidades "amigas" ou ficando com o dinheiro da venda do petróleo. Os acusados eram ex-embaixadores, chefes de associações, jornalistas e ex-diretores da Total.

De acordo com um relatório datado de 2005, cerca de 2.200 empresas de cerca de sessenta países participaram neste esquema recebendo propina do o regime iraquiano. Processos judiciais foram abertos em vários países, particularmente nos Estados Unidos, e na França outro julgamento será realizado em breve contra 14 empresas.

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