Agência France-Presse
postado em 08/07/2013 13:59
Cairo - Mais de 50 pessoas morreram nesta segunda-feira (8/7) durante uma manifestação organizada pelos seguidores do presidente destituído Mohamed Morsy, a Irmandade Muçulmana convocou uma "revolta" após este "massacre", que agrava o clima de extrema tensão no Egito.
[SAIBAMAIS]O presidente interino, Adly Mansour, ordenou a abertura de uma investigação sobre esse evento que causou 51 mortos e 435 feridos, segundo os serviços de emergência. Já o Exército egípcio advertiu que não permitirá que ninguém "ameace a segurança nacional" e pediu aos partidários do presidente deposto o fim das manifestações. E o grande imã Ahmed Al-Tayeb de Al-Azhar, principal autoridade sunita do Egito, anunciou que se afasta até o fim da onda de violência. Ele pediu para que todos "assumam as suas responsabilidades" para evitar que o país caia em "uma guerra civil". Ao amanhecer, os partidários de Morsiyrezavam diante do quartel general da Guarda Republicana, quando soldados e policiais abriram fogo, relatou a Irmandade em um comunicado.
Manifestantes declararam que foram atacados nesta madrugada com disparos de munição real e bombas de gás lacrimogêneo, em circunstâncias que permanecem obscuras. A Irmandade Muçulmana acusa o Exército pelo ataque. Testemunhas contaram ainda que as forças de segurança dispararam para o ar e que os tiros diretos partiram de homens à paisana. O Exército indicou por sua vez que "terroristas armados" tentaram atacar o quartel da Guarda Republicana. A ação terminou com um oficial morto e vários soldados feridos, seis deles em estado crítico, segundo fontes militares. O bairro, sobrevoado por helicópteros, está bloqueado por barreiras da polícia.
Desde a destituição de Mohamed Morsy na quarta-feira passada pelo Exército, a tensão é crescente entre partidários e opositores do ex-presidente. Confrontos sangrentos provocaram dezenas de mortes. O Partido da Justiça e da Liberdade (PJL), braço político da Irmandade Muçulmana, convocou em um comunicado uma "revolta do grande povo do Egito contra os que tentam roubar sua revolução com tanques". O PJL também pede à "comunidade internacional, aos grupos internacionais e a todos os homens livres do mundo que atuem para impedir outros massacres (e) o surgimento de uma nova Síria no mundo árabe".
Poucas horas após esta declaração, as autoridades decidiram fechar a sede do PLJ no Cairo, depois da descoberta "de líquidos inflamáveis, facas e armas", anunciou à AFP um funcionário da segurança. Denunciando este "massacre", o principal partido salafista, al-Nur, que apoiou o golpe militar contra Morsy, informou a saída das negociações para a formação de um novo governo de transição. O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, que chegou a ser cotado para assumir o governo de transição, condenou "veementemente" os episódios de violência desta madrugada e exigiu uma investigação independente para apurar os fatos, em uma mensagem postada em seu Twitter.
Anunciada na véspera pela agência de notícias oficial Mena e por diferentes fontes políticas e militares, a escolha de ElBaradei enfrenta a oposição do Al Nur, que também expressou suas reservas quanto a escolha de um economista de centro-esquerda, Ziad Bahaa Eldin. O próximo primeiro-ministro egípcio terá a difícil tarefa de recuperar uma economia à beira da falência e conduzir a reconciliação nacional em um país muito polarizado. No exterior, o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, condenou "em nome dos valores fundamentais da humanidade" um "massacre durante a oração da manhã".
Domingo à noite, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas em todo o Egito, para mostrar que a queda de Morsy foi fruto da vontade popular, uma semana após manifestações em massa, sobre as quais o Exército se apoiou para destituir o presidente islamita. No Cairo, a Praça Tahrir ficou lotada, após confrontos muito violentos na sexta-feira entre pró e anti-Morsy. Milhares de partidários de Morsy também se reuniram em diferentes partes do Cairo para exigir o retorno do primeiro presidente eleito democraticamente do país e denunciar o "golpe de Estado militar". Na sexta-feira, a violência já havia provocado 37 mortes durante a manifestação organizada por simpatizantes da Irmandade Muçulmana e na região instável do Sinai (nordeste).
[SAIBAMAIS]O presidente interino, Adly Mansour, ordenou a abertura de uma investigação sobre esse evento que causou 51 mortos e 435 feridos, segundo os serviços de emergência. Já o Exército egípcio advertiu que não permitirá que ninguém "ameace a segurança nacional" e pediu aos partidários do presidente deposto o fim das manifestações. E o grande imã Ahmed Al-Tayeb de Al-Azhar, principal autoridade sunita do Egito, anunciou que se afasta até o fim da onda de violência. Ele pediu para que todos "assumam as suas responsabilidades" para evitar que o país caia em "uma guerra civil". Ao amanhecer, os partidários de Morsiyrezavam diante do quartel general da Guarda Republicana, quando soldados e policiais abriram fogo, relatou a Irmandade em um comunicado.
Manifestantes declararam que foram atacados nesta madrugada com disparos de munição real e bombas de gás lacrimogêneo, em circunstâncias que permanecem obscuras. A Irmandade Muçulmana acusa o Exército pelo ataque. Testemunhas contaram ainda que as forças de segurança dispararam para o ar e que os tiros diretos partiram de homens à paisana. O Exército indicou por sua vez que "terroristas armados" tentaram atacar o quartel da Guarda Republicana. A ação terminou com um oficial morto e vários soldados feridos, seis deles em estado crítico, segundo fontes militares. O bairro, sobrevoado por helicópteros, está bloqueado por barreiras da polícia.
Desde a destituição de Mohamed Morsy na quarta-feira passada pelo Exército, a tensão é crescente entre partidários e opositores do ex-presidente. Confrontos sangrentos provocaram dezenas de mortes. O Partido da Justiça e da Liberdade (PJL), braço político da Irmandade Muçulmana, convocou em um comunicado uma "revolta do grande povo do Egito contra os que tentam roubar sua revolução com tanques". O PJL também pede à "comunidade internacional, aos grupos internacionais e a todos os homens livres do mundo que atuem para impedir outros massacres (e) o surgimento de uma nova Síria no mundo árabe".
Poucas horas após esta declaração, as autoridades decidiram fechar a sede do PLJ no Cairo, depois da descoberta "de líquidos inflamáveis, facas e armas", anunciou à AFP um funcionário da segurança. Denunciando este "massacre", o principal partido salafista, al-Nur, que apoiou o golpe militar contra Morsy, informou a saída das negociações para a formação de um novo governo de transição. O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, que chegou a ser cotado para assumir o governo de transição, condenou "veementemente" os episódios de violência desta madrugada e exigiu uma investigação independente para apurar os fatos, em uma mensagem postada em seu Twitter.
Anunciada na véspera pela agência de notícias oficial Mena e por diferentes fontes políticas e militares, a escolha de ElBaradei enfrenta a oposição do Al Nur, que também expressou suas reservas quanto a escolha de um economista de centro-esquerda, Ziad Bahaa Eldin. O próximo primeiro-ministro egípcio terá a difícil tarefa de recuperar uma economia à beira da falência e conduzir a reconciliação nacional em um país muito polarizado. No exterior, o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, condenou "em nome dos valores fundamentais da humanidade" um "massacre durante a oração da manhã".
Domingo à noite, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas em todo o Egito, para mostrar que a queda de Morsy foi fruto da vontade popular, uma semana após manifestações em massa, sobre as quais o Exército se apoiou para destituir o presidente islamita. No Cairo, a Praça Tahrir ficou lotada, após confrontos muito violentos na sexta-feira entre pró e anti-Morsy. Milhares de partidários de Morsy também se reuniram em diferentes partes do Cairo para exigir o retorno do primeiro presidente eleito democraticamente do país e denunciar o "golpe de Estado militar". Na sexta-feira, a violência já havia provocado 37 mortes durante a manifestação organizada por simpatizantes da Irmandade Muçulmana e na região instável do Sinai (nordeste).