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Paraguai afirma que não voltará ao Mercosul se a Venezuela assumir

O Paraguai está atualmente suspenso do Mercosul

Agência France-Presse
postado em 08/07/2013 18:26
ASUNCIÓN - O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Félix Fernández, afirmou nesta segunda-feira (8/7) que seu país não voltará ao Mercosul se a Venezuela assumir a presidência temporária do bloco na cúpula de Montevidéu na sexta-feira, 12 de julho.



O Paraguai foi suspenso do Mercosul depois do julgamento político no Congresso que destituiu o governo de Fernando Lugo em junho de 2012. A Venezuela foi no mesmo momento aceita como membro pleno do bloco sem a anuência do Paraguai.

"Espero que (na reunião de Montevidéu) tomem uma decisão sensata, por exemplo, com as condições impostas pelo presidente eleito" paraguaio Horacio Cartes, disse Fernández.

Cartes, que assumirá no dia 15 de agosto em substituição do atual chefe de Estado Federico Franco, disse que no seu governo, o Paraguai só se reintegrará ao Mercosul se tiver a presidência pró-tempore do bloco. "Se a Venezuela assumir, de nada servirá todas as conversas", lembrou.

Se o Paraguai não tivesse sido suspenso do Mercosul, a presidência pró-tempore do bloco caberia ao país.

O ministro Fernández, cujo governo não é reconhecido pela Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela, disse que os governos desses países deverão encontrar o caminho para restabelecer a ordem jurídica dentro do bloco.

Cartes propõe "um gesto de boa vontade" a seus pares do Mercosul entrem em recesso até que ele assuma a presidência paraguaia, e se coloque à frente do bloco, "como respeito à dignidade do Paraguai, do estado de direito e do próprio Mercosul".

Nem o governo de Federico Franco nem o presidente eleito aceitam a sanção imposta por Argentina, Brasil e Uruguai ao Paraguai pela destituição via julgamento político de Lugo no dia 22 de junho do ano passado. Eles afirmam que essa sanção foi uma desculpa para permitir a entrada da Venezuela, porque o Congresso do Paraguai foi o único que se negou a aprovar sua entrada desde 2006, alegando violações aos direitos humanos no país.

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