Washington - Congressistas democratas, do mesmo partido de Barack Obama, disseram nesta terça-feira que pediram ao presidente que exerça sua autoridade para por fim à alimentação forçada de 45 presos em greve de fome na prisão da base militar de Guantánamo. A situação foi classificada por "cruel" pela senadora Dianne Feinstein, presidente da Comissão de Inteligência da Casa.
"Os detentos são atados a uma cadeira por seus troncos, seus pés, suas mãos e, duas vezes ao dia, introduzem neles um tubo pelo nariz até o estômago, talvez recoberto de azeite de oliva, sendo obrigado a se alimentar. Isso já acontece há semanas", lamentou a senadora, que visitou a base militar de Guantánamo, em Cuba, em 7 de junho, com o secretário-geral da Casa Branca.
Obama é favorável ao fechamento do presídio, que abriga 166 detentos, mas uma lei aprovada pelo Congresso proíbe o translado dos presos para território americano. Após a rejeição da Justiça, na segunda-feira, à demanda do sírio Abu Wa;el Dhiab pelo fim da alimentação forçada durante o jejum do Ramadã, um grupo de senadores se dispôs a escrever ao presidente Obama.
A juíza Gladys Kessler explicou que as leis aprovadas pelo Congresso a impediam de intervir, mas que restava "uma pessoa com autoridade para enfrentar esse problemas" - e essa pessoa é o presidente. Dos 106 grevistas de fome - em protesto por sua detenção indefinida e pela falta de acusações formais contra eles -, 45 são alimentados à força, segundo os últimos dados divulgados na sexta-feira pelos responsáveis por Guantánamo. Três dos grevistas estão internados.