Agência France-Presse
postado em 10/07/2013 18:22
BOSTON - O acusado do atentado de Boston, Djokhar Tsarnaev, compareceu nesta quarta-feira (10/7), pela primeira vez, diante de um juiz e na presença de algumas de suas vítimas e declarou-se inocente.
"Inocente", repetiu várias vezes, com voz grave, o jovem de 19 anos de origem chechena, ao se apresentar perante a juíza Marianne Bowler.
Tsarnaev chegou às 15h30 (16h30 de Brasília) à audiência, vestindo o uniforme laranja usado pelos detentos nos Estados Unidos. Ele estava algemado e com os pés atados quando entrou na pequena sala de audiências do tribunal federal de Boston. O local estava repleto de vítimas emocionadas, jornalistas e alguns jovens que disseram ser amigos das vítimas.
Também estava presente um grupo de pessoas que apoiam o réu e acreditam em sua inocência. "Fiz minha própria investigação. Para mim, trata-se de uma manipulação do FBI", afirmou Duke Latouf, que chegou de Las Vegas especialmente para acompanhar o caso.
"Não vejo prova alguma", disse Karina Figueroa, de Nova York, que exibia dois cartazes. Um deles defendia Djokhar.
A audiência de "leitura de acusações" durou sete minutos, durante os quais o jovem muçulmano ouviu as 30 acusações que pesam contra ele. Se for considerado culpado, pelos menos 17 dessas acusações já são suficientes para que seja sentenciado à prisão perpétua, ou à pena de morte.
Entre as acusações, estão "uso de arma de destruição em massa com resultado de morte e conspiração; atentado em um local público com resultado de morte e conspiração; destruição maliciosa de propriedade com resultado de morte e conspiração; e uso de arma de fogo durante e em relação a um crime violento".
Conforme informado anteriormente pela juíza Marianne, nessa sessão, ele apenas deveria "se declarar culpado, ou inocente". O julgamento ainda deve levar alguns meses para começar.
Dzhokhar Tsarnaev é acusado do duplo atentado ocorrido na maratona de Boston em 15 de abril, no qual três pessoas morreram e outras 264 ficaram feridas. Quinze feridos sofreram amputações, alguns em ambas as pernas. Depois do ataque, os dois irmãos enfrentaram a polícia em Watertown, um subúrbio de Boston. Tamerlan foi morto no dia 18 de abril, mas Dzhokhar conseguiu escapar.
O jovem foi detido horas depois, escondido em um barco no jardim de uma casa, ferido, após uma verdadeira caçada humana que paralisou todo o país ao longo do dia.
-- ;Quero saber por que; --
As autoridades afirmam que Dzhokhar Tsarnaev cometeu o atentado com explosivo na linha de chegada da maratona de Boston junto com seu irmão Tamerlan, de 26, falecido durante um confronto com a polícia.
As vítimas do duplo atentado, praticado no coração da cidade, foram informadas da realização da audiência, razão pela qual as autoridades judiciais habilitaram uma segunda sala onde poderiam acompanhar a sessão.
O acesso ao tribunal federal foi reforçado com barreiras de proteção metálica diante do grande movimento esperado.
Essa foi a primeira sessão, na qual as vítimas encaram o acusado. Algumas decidiram não comparecer. Outras, como Liz Norden - mãe de dois filhos, de 32 e 33, que tiveram de amputar uma perna cada -, fizeram questão de ir. "Quero saber por que" os irmãos Tsarnaev cometeram o atentado, disse ela, antes do início da audiência. "Não entendo como se pode viver neste país e pensar desta forma", desabafou.
Rudy Giuliani, prefeito de Nova York durante os atentados do 11 de Setembro, disse nesta quarta que "a correção política" pode ter impedido a Polícia Federal (FBI) de detectar Tamerlan Tsarnaev como "terrorista islamita" antes dos atentados.
"Teríamos tido uma possibilidade maior de desmantelar Ford Hood e, eventualmente - insisto, eventualmente -, os atentados de Boston, se as burocracias tivessem sido menos reticentes a identificar os futuros assassinos como potenciais terroristas islamitas", afirmou Giuliani, em audiência na Câmara de Representantes.
-- Um castigo --
Segundo consta na ata de acusação, Dzhokhar escreveu uma nota antes de ser capturado, afirmando que o atentado de Boston era um castigo pelas intervenções militares dos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque.
"O governo dos Estados Unidos está matando nossos civis inocentes. Não posso suportar ver tanta maldade sem punição. Os muçulmanos são um corpo. Se fere um, fere todos nós", declarou o réu, em um trecho do texto.
"Parem de matar nosso povo inocente e de nos prender", insistiu.
Os irmãos, que aparentemente teriam agido sozinhos, prepararam as bombas, seguindo instruções da revista digital "Inspire", uma publicação da rede Al-Qaeda, acrescenta a ata de acusação.
Tsarnaev chegou aos Estados Unidos com sua família em 2002, aos oito anos, procedente do Quirguistão. Na época do atentado, o jovem estudava na Universidade de Massachusetts (U-Mass), em Dartmouth, tinha amigos e frequentava as áreas esportivas do campus.
"Inocente", repetiu várias vezes, com voz grave, o jovem de 19 anos de origem chechena, ao se apresentar perante a juíza Marianne Bowler.
Tsarnaev chegou às 15h30 (16h30 de Brasília) à audiência, vestindo o uniforme laranja usado pelos detentos nos Estados Unidos. Ele estava algemado e com os pés atados quando entrou na pequena sala de audiências do tribunal federal de Boston. O local estava repleto de vítimas emocionadas, jornalistas e alguns jovens que disseram ser amigos das vítimas.
Também estava presente um grupo de pessoas que apoiam o réu e acreditam em sua inocência. "Fiz minha própria investigação. Para mim, trata-se de uma manipulação do FBI", afirmou Duke Latouf, que chegou de Las Vegas especialmente para acompanhar o caso.
"Não vejo prova alguma", disse Karina Figueroa, de Nova York, que exibia dois cartazes. Um deles defendia Djokhar.
A audiência de "leitura de acusações" durou sete minutos, durante os quais o jovem muçulmano ouviu as 30 acusações que pesam contra ele. Se for considerado culpado, pelos menos 17 dessas acusações já são suficientes para que seja sentenciado à prisão perpétua, ou à pena de morte.
Entre as acusações, estão "uso de arma de destruição em massa com resultado de morte e conspiração; atentado em um local público com resultado de morte e conspiração; destruição maliciosa de propriedade com resultado de morte e conspiração; e uso de arma de fogo durante e em relação a um crime violento".
Conforme informado anteriormente pela juíza Marianne, nessa sessão, ele apenas deveria "se declarar culpado, ou inocente". O julgamento ainda deve levar alguns meses para começar.
Dzhokhar Tsarnaev é acusado do duplo atentado ocorrido na maratona de Boston em 15 de abril, no qual três pessoas morreram e outras 264 ficaram feridas. Quinze feridos sofreram amputações, alguns em ambas as pernas. Depois do ataque, os dois irmãos enfrentaram a polícia em Watertown, um subúrbio de Boston. Tamerlan foi morto no dia 18 de abril, mas Dzhokhar conseguiu escapar.
O jovem foi detido horas depois, escondido em um barco no jardim de uma casa, ferido, após uma verdadeira caçada humana que paralisou todo o país ao longo do dia.
-- ;Quero saber por que; --
As autoridades afirmam que Dzhokhar Tsarnaev cometeu o atentado com explosivo na linha de chegada da maratona de Boston junto com seu irmão Tamerlan, de 26, falecido durante um confronto com a polícia.
As vítimas do duplo atentado, praticado no coração da cidade, foram informadas da realização da audiência, razão pela qual as autoridades judiciais habilitaram uma segunda sala onde poderiam acompanhar a sessão.
O acesso ao tribunal federal foi reforçado com barreiras de proteção metálica diante do grande movimento esperado.
Essa foi a primeira sessão, na qual as vítimas encaram o acusado. Algumas decidiram não comparecer. Outras, como Liz Norden - mãe de dois filhos, de 32 e 33, que tiveram de amputar uma perna cada -, fizeram questão de ir. "Quero saber por que" os irmãos Tsarnaev cometeram o atentado, disse ela, antes do início da audiência. "Não entendo como se pode viver neste país e pensar desta forma", desabafou.
Rudy Giuliani, prefeito de Nova York durante os atentados do 11 de Setembro, disse nesta quarta que "a correção política" pode ter impedido a Polícia Federal (FBI) de detectar Tamerlan Tsarnaev como "terrorista islamita" antes dos atentados.
"Teríamos tido uma possibilidade maior de desmantelar Ford Hood e, eventualmente - insisto, eventualmente -, os atentados de Boston, se as burocracias tivessem sido menos reticentes a identificar os futuros assassinos como potenciais terroristas islamitas", afirmou Giuliani, em audiência na Câmara de Representantes.
-- Um castigo --
Segundo consta na ata de acusação, Dzhokhar escreveu uma nota antes de ser capturado, afirmando que o atentado de Boston era um castigo pelas intervenções militares dos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque.
"O governo dos Estados Unidos está matando nossos civis inocentes. Não posso suportar ver tanta maldade sem punição. Os muçulmanos são um corpo. Se fere um, fere todos nós", declarou o réu, em um trecho do texto.
"Parem de matar nosso povo inocente e de nos prender", insistiu.
Os irmãos, que aparentemente teriam agido sozinhos, prepararam as bombas, seguindo instruções da revista digital "Inspire", uma publicação da rede Al-Qaeda, acrescenta a ata de acusação.
Tsarnaev chegou aos Estados Unidos com sua família em 2002, aos oito anos, procedente do Quirguistão. Na época do atentado, o jovem estudava na Universidade de Massachusetts (U-Mass), em Dartmouth, tinha amigos e frequentava as áreas esportivas do campus.