Agência France-Presse
postado em 10/07/2013 20:51
O presidente de Portugal, Anibal Cavaco Silva, deu seu apoio nesta quarta-feira (10/7) à renovada coalizão governamental de centro-direita para pôr fim à grave crise política de dez dias que desestabilizou o governo e preocupou os sócios europeus deste país sob assistência financeira."O governo atual tem toda a autoridade para exercer suas funções", disse Cavaco Silva em um pronunciamento à nação no qual também rejeitou a convocação de eleições legislativas antecipadas.
"A recente crise política mostrou a todos que o país necessita urgentemente de um acordo de médio prazo entre os partidos que assinaram" o plano de resgate de 78 bilhões de euros concedido ao país em maio de 2011 em troca da implementação de um rígido programa de austeridade.
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Cavaco Silva pediu um "governo de saneamento público" para "afastar o risco de um retorno da crise política".
Este plano de resgate foi negociado pelos socialistas, que naquele momento estavam no poder, e ratificado pelo Partido Social Democrata (PSD) do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e pelo pequeno partido conservador CDS-PP.
Estes dois partidos formaram o atual governo após a derrota do Partido Socialista nas eleições legislativas antecipadas de junho de 2011.
O presidente, que tem papel protocolar mas possui o poder de dissolver o Parlamento, pediu aos partidos que cheguem a "um acordo sobre o calendário de eleições antecipadas (...) que deverão ocorrer após o final do plano de socorro, em junho de 2014".
O chefe de Estado se dirigiu ao país após uma série de entrevistas, que concluiu na manhã desta quarta-feira com os partidos políticos e os agentes sociais.
O conjunto da oposição de esquerda e os sindicatos, críticos à política de austeridade empreendida pelo país sob a tutela da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, exigem eleições antecipadas.
Os representantes da coalizão no Parlamento garantiram que o acordo alcançado entre PSD e CDS-PP é a solução que pode dar a estabilidade política que o país necessita para respeitar seus compromissos internacionais.
Este acordo prevê a permanência de Portas no executivo, promovido ao cargo de vice-premier encarregado da coordenação econômica e das relações com a "troica" UE-BCE-FMI, que representa os credores internacionais do país.