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Princesa saudita é acusada de tráfico de pessoas nos EUA

A princesa é uma das seis mulheres do príncipe Abdulrahman bin Nasser bin Abdulaziz al-Saud, bisneto do rei saudita Abdullah

Agência France-Presse
postado em 11/07/2013 19:13
Los Angeles - A princesa saudita Meshael Alayban foi acusada de tráfico de pessoas e deverá pagar uma fiança de US$ 5 milhões, confirmou a Promotoria americana nesta quinta-feira, confirmando que ela teria uma trabalhadora doméstica queniana como escrava no sul de Los Angeles.

Meshael Alayban, de 42 anos, foi indiciada nesta quarta por tráfico humano, ao forçar uma mulher queniana a entrar no país para fazer trabalhos domésticos. Ela terá de pagar uma fiança de US$ 5 milhões, disse à AFP o porta-voz do condado de Orange, Farrah Emami.

A princesa é uma das seis mulheres do príncipe Abdulrahman bin Nasser bin Abdulaziz al-Saud, bisneto do rei saudita Abdullah, disse a porta-voz.

"Com base em seu passaporte, em declarações concedidas às autoridades e em outras investigações, de fato, parece que a acusada é mulher de um príncipe da Arábia Saudita", explicou Emami.

A suposta vítima, uma queniana de 30 anos, foi forçada a entrar nos Estados Unidos em maio deste ano e a trabalhar como doméstica durante sete dias por semana, 16 horas por dia, por US$ 220 ao mês, no apartamento da princesa em Irvine, no condado de Orange.

A mulher, que não foi identificada pelo nome, não podia voltar para o seu país, porque sua "empregadora" confiscou seu passaporte, afirma a acusação.

Na terça-feira, a queniana fugiu e conseguiu pegar um ônibus. Ao perceber seu nervosismo, um dos passageiros a ajudou a procurar a polícia.

"Se alguém estiver sendo escravizado, deve entrar em contato com as autoridades. Qualquer vítima de tráfico humano receberá a proteção das leis dos Estados Unidos e da Califórnia", disse o promotor do distrito, Tony Rackauckas, em um comunicado.

A princesa foi presa na quarta-feira em uma operação, na qual a polícia encontrou outras quatro trabalhadoras filipinas que também estavam sem seus passaportes. A situação delas ainda está sendo investigada.

Ao escapar, a queniana levava um folder do Departamento de Estado americano com informações sobre o tráfico de pessoas. O panfleto foi entregue a ela às escondidas pela embaixada americana em Riad, capital da Arábia Saudita, quando seu visto foi emitido.

Nesta quinta-feira, um tribunal da localidade de Santa Ana, no condado de Orange, adiou a leitura formal das acusações contra a princesa para 29 de julho. Se for considerada culpada, ela pode ser condenada a até 12 anos de prisão.

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