Agência France-Presse
postado em 11/07/2013 21:59
São Francisco - Os pilotos do Boeing 777 da Asiana Airlines, acidentado em San Francisco no último fim de semana, parecem não ter tido consciência de que o avião estava voando muito devagar até apenas alguns poucos segundos antes de pousar. O grave acidente do voo 214 deixou dois mortos e 182 feridos.A diretora do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês), Deborah Hersman, disse nesta quinta-feira que a análise dos gravadores de voz da cabine do piloto não mostrou qualquer conversa sobre velocidade durante a trágica aterrissagem até que o avião estivesse a apenas 100 pés do solo.
Nove segundos antes do impacto, uma ação foi feita para aumentar a velocidade. Dois diferentes membros da cabine do piloto fizeram, então, pedidos para abortar a aterrissagem - 3 segundo e 1,5 segundo antes do acidente, acrescentou Hersman. "Não há menção à velocidade até pelo menos nove segundos até o impacto", afirmou a diretora.
Os primeiros elementos da investigação já haviam determinado que o aparelho voava muito devagar e a uma altitude muito baixa, quando se aproximava do aeroporto de San Francisco.
O piloto encarregado da aterrissagem, que estava em treinamento na condução do Boeing 777, assim como seu copiloto instrutor, que era supervisor nesse voo pela primeira vez, não usaram os equipamentos de piloto automático. Segundo o NTSB, esses aparelhos funcionavam perfeitamente.
Os dados fornecidos pelas caixas-pretas mostraram que "não havia nenhum funcionamento anormal no piloto automático, tampouco na direção de voo, ou na aceleração automática", completou Hersman. A diretora do NTSB também descartou sugestões de que uma "luz misteriosa" vista pelo piloto no momento do pouso tenha tido alguma influência no acidente.
"O piloto disse ao NTSB que a cerca de 500 pés ... ele viu um ponto brilhante fonte de luz que pode ter sido o reflexo do sol, mas ele não tem certeza", disse Hersman.
"Essa fonte de luz estava bem em frente do avião, mas não na pista. Ele rapidamente desviou da luz e, então, olhou para dentro da cabine e declarou que não achou que a luz pode ter afetado sua visão, porque ele conseguia ver os instrumentos de controle do voo e tinha condições de olhar para a velocidade naquela hora", completou.
"Nenhum dos outros dois membros da tripulação mencionou essa luz durante sua entrevista. E, na revisão do CVR (sigla em inglês para o gravador de voz da cabine), não há discussão sobre a luz", insistiu.