Londres - Jornalistas do mundo inteiro estão acampados diante da maternidade onde deve nascer o bebê de Kate e William, mas passado esse "evento planetário", o casal pretende exercer plenamente o seu direito à vida privada. Há dez dias fotógrafos e cinegrafistas estão plantados diante do hospital londrino no qual Kate deve dar à luz. Alguns armaram um esquema de guerra para garantir a "foto do ano".
A febre ganhou intensidade neste final de semana com a aproximação da esperada data, já que, segundo o palácio, a esposa do príncipe William deve dar à luz "em meados de julho". Alguns jornais chegaram a prever o nascimento para o dia 13. Declarações feitas na sexta-feira pelo príncipe Charles, futuro avô paterno, que deixou escapar que o nascimento não ia durar muito, aumentaram ainda mais a pressão.
Mas, quando a criança real nascer e for apresentada ao público, seus pais farão de tudo para poupá-la do frenesi da imprensa, consideram especialistas em monarquia. Mesmo que seu filho "suscite um interesse midiático sem precedentes", caberá a Kate e William controlar o acesso ao bebê e a sua família", ressaltou Patrick Jephson, ex-chefe da equipe de assessoria de Diana.
Após o seu nascimento, "haverá um curto período no qual será apresentado ao público, mas acredito que depois ficará fora dos holofotes por várias semanas", acrescenta. Kate e William, preocupados em preservar a família dos excessos sofridos pela mãe do príncipe, Diana, "certamente vão querer preservar sua vida privada ao máximo", considera Valentine Low, correspondente real do Times.
Depois da morte de Diana em um acidente de carro em Paris no momento em que era perseguida por paparazzi, a família passou a administrar com mais rigor sua relação com a imprensa. Graças a um acordo feito com a imprensa britânica, William e Harry foram relativamente poupados durante sua adolescência, em troca de sessões de fotos oficiais.
Depois do casamento de Kate e William, a família real se mobilizou para proteger o casal. Buckingham enviou cartas de advertência à imprensa e, no ano passado, o palácio processou vários veículos após a publicação de fotos de Kate com os seios à mostra, tiradas sem o seu conhecimento. Essas fotos não foram divulgadas no Reino Unido, onde redes de televisão, jornais e revistas temem ser boicotados pelo palácio.
"Buckingham faz de tudo para proteger sua vida privada e os principais veículos da imprensa, até o momento, respeitam as regras do jogo", afirma Valentine Low. Mas "há paparazzi e outras pessoas que fariam de tudo para conseguir fotos muito populares no exterior." "Sejamos honestos", considera Ray Bellisario, fotógrafo que acompanhou a família real nos anos 60 e 70. A realeza "gosta disso". Se não houvesse publicidade, "eles não seriam nada".
O surgimento das redes sociais complicou ainda mais a tarefa de Buckingham. Isso ficou patente com a divulgação de fotos do príncipe Harry nu, tiradas durante uma festa em Las Vegas. Sob pressão do palácio, a imprensa britânica evitou divulgar fotos comprometedoras, à exceção do sensacionalista Sun.
Para se justificar, o tabloide explicou que essas imagens foram amplamente divulgadas e que elas suscitam "um debate legítimo sobre o comportamento de um príncipe, o terceiro na ordem sucessória ao trono". "É importante encontrar um equilíbrio" entre o respeito à vida privada e o desejo legítimo do público de saber o que faz a família real. O problema para ela é entender que não pode dizer sim, depois não" à imprensa, como se fosse um simples interruptor", considera Jephson.