postado em 13/07/2013 17:42
Um ataque rebelde em um vilarejo no leste da República Democrática do Congo (RDC) fez uma multidão de mais de 30 mil refugiados começar a cruzar a fronteira com a Uganda desde a última quinta-feira (11/7), segundo as agências de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Porém, fontes das Nações Unidas disseram à BBC Brasil que até a tarde deste sábado (13) o número pode variar entre 30 mil e 70 mil pessoas. Organizações humanitárias estão na fase inicial de distribuição de abrigo e alimentos, pois os refugiados chegam apenas com os pertences que conseguem carregar nas mãos.
O grupo rebelde Forças Democráticas Aliadas é contrário ao governo de Uganda e se estabeleceu em território do Leste congolês. Na quinta-feira, a milícia atacou a população civil em Kamango, na região de Beni, no Congo. Segundo rádios congolesas, eles teriam assassinado um líder local em frente a uma multidão ; o que teria provocado pânico generalizado. Contudo, essas informações não foram confirmadas por fontes oficiais.
O governo congolês tem mais tropas que a ONU na região. As forças de segurança entraram em confronto com os rebeldes e retomaram a cidade logo após o ataque.
Kamango fica na província do Kivu Norte, uma das regiões mais conturbadas da RDC. Cerca de 50 grupos rebeldes de diversos tamanhos operam na região.
A maioria das tropas Nações Unidas fica no sul dessa província, estacionadas na região da cidade de Goma, onde se concentram as atividades rebeldes. A possibilidade de deslocar reforços para o norte está sendo estudada.
Neste sábado, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante militar da ONU no país, deslocou um comboio de blindados e veículos leves entre Goma e Katala, a 40 quilômetros ao norte ; no coração do território dominado pelo grupo rebelde M23, um dos maiores da região.