Agência France-Presse
postado em 15/07/2013 12:17
Madri - O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, afirmou nesta segunda-feira (15/7) que não pretende renunciar, apesar das novas revelações sobre as contas ocultas de seu Partido Popular (PP), cujo ex-tesoureiro depôs hoje à Justiça. "Cumprirei o mandato dado a mim pelos espanhóis", declarou Rajoy à imprensa, assegurando que "o Estado de direito não se submete à chantagem" e que a justiça continuará a fazer o seu trabalho "sem nenhuma pressão".
No domingo, a oposição socialista exigiu a sua renúncia, citando a "troca de favores" entre o chefe do Governo e Luis Barcenas, o ex-tesoureiro do PP que há seis meses faz tremer a direita espanhola. Detido desde 27 de junho em Soto del Real, perto de Madri, Barcenas compareceu nesta manhã ao Tribunal da Audiência Nacional, convocado pelo juiz de instrução Pablo Ruz, que ouviu seu depoimento. Segundo a imprensa, "Barcenas revelaria ao juiz Ruz 19 anos da contabilidade oculta do PP" e estaria pronto a entregar "centenas de documentos" que provariam o esquema de corrupção.
[SAIBAMAIS]Em 9 de julho, o jornal El Mundo publicou a imagem de uma folha manuscrita atribuída ao ex-tesoureiro do PP, na qual aparece o nome de Rajoy. O jornal calcula que Mariano Rajoy recebeu o equivalente a 25.242 euros em 1998, além de seu salário de ministro na época, quando os bônus aos ministros estavam proibidos. Mariano Rajoy negou em fevereiro ter recebido somas ilegais. No domingo, o mesmo jornal publicou o conteúdo de mensagens SMS comprometedoras trocadas por Rajoy e Barcenas.
No domingo, a oposição socialista exigiu a sua renúncia, citando a "troca de favores" entre o chefe do Governo e Luis Barcenas, o ex-tesoureiro do PP que há seis meses faz tremer a direita espanhola. Detido desde 27 de junho em Soto del Real, perto de Madri, Barcenas compareceu nesta manhã ao Tribunal da Audiência Nacional, convocado pelo juiz de instrução Pablo Ruz, que ouviu seu depoimento. Segundo a imprensa, "Barcenas revelaria ao juiz Ruz 19 anos da contabilidade oculta do PP" e estaria pronto a entregar "centenas de documentos" que provariam o esquema de corrupção.
[SAIBAMAIS]Em 9 de julho, o jornal El Mundo publicou a imagem de uma folha manuscrita atribuída ao ex-tesoureiro do PP, na qual aparece o nome de Rajoy. O jornal calcula que Mariano Rajoy recebeu o equivalente a 25.242 euros em 1998, além de seu salário de ministro na época, quando os bônus aos ministros estavam proibidos. Mariano Rajoy negou em fevereiro ter recebido somas ilegais. No domingo, o mesmo jornal publicou o conteúdo de mensagens SMS comprometedoras trocadas por Rajoy e Barcenas.
O documento provaria que o chefe de Governo e outros dirigentes do partido receberam bônus ilegais durante os anos 1990.
No domingo, o mesmo jornal publicou o conteúdo de mensagens SMS comprometedoras trocadas por Rajoy e Barcenas.
As mensagens, segundo El Mundo, mostram como o chefe de Governo pediu ao ex-tesoureiro que "negasse a existência de um caixa 2 e dos bônus" e como os dois mantiveram contato direto até março de 2013, semanas depois da eclosão do escândalo.
"Luis, eu te entendo. Seja forte. Amanhã te ligo. Um abraço", indica uma das mensagens atribuídas a Rajoy e datada 18 de janeiro, dia que o jornal estampou em sua capa o escândalo dos bônus pagos com dinheiro de empresas privadas.
"Os SMS publicados ontem só ratificam o que já disse antes: o Estado de direito não se submete a chantagem", declarou Rajoy nesta segunda.
A oposição socialista denunciou no domingo a "conivência" com Bárcenas e exigiu a "renúncia imediata" de Rajoy.
O chefe de governo, apoiado por uma maioria absoluta no Congresso, negou categoricamente ter recebido dinheiro ilegal.
O jornal El Mundo calcula que Mariano Rajoy recebeu o equivalente a 25.242 euros em 1998, além de seu salário de ministro na época, quando os bônus aos ministros estavam proibidos.
A Espanha, afetada por uma taxa de desemprego de 27%, vem registrando casos de corrupção que minam a confiança na classe política.
O juiz Ruz, que investiga paralelamente o "caso Gürtel", sobre uma rede de corrupção no PP revelada em 2009, decretou prisão preventiva para Bárcenas em 27 de junho, como parte da investigação contra ele por crimes fiscais e lavagem de dinheiro.
A Justiça espanhola alegou risco de fuga do ex-tesoureiro, após descobrir duas contas do político na Suíça com 25 e 22 milhões de euros respectivamente, assim como outras em Uruguai e Estados Unidos.