Agência France-Presse
postado em 15/07/2013 17:58
CAIRO - Uma autoridade americana pediu nesta segunda-feira (15/7) que a situação no Egito seja apaziguada depois de ter se reunido com as novas autoridades no Cairo, onde os partidários do presidente deposto Mohamed Morsy e seus adversários realizam novas manifestações durante a noite.
As prioridades devem ser o diálogo e o fim da violência, afirmou o secretário de Estado adjunto Bill Burns, de acordo com a tradução em árabe de suas declarações difundida pelas redes árabes.
Burns afirmou que o país não corre o risco de repetir o que acontece na Síria, segundo uma tradução em árabe de suas declarações exibidas em canais árabes.
Durante o dia, Burns, que foi manifestar "o apoio dos Estados Unidos aos egípcios", se reuniu com as principais autoridades interinas do país: o primeiro-ministro Hazem Beblawi, o presidente Adly Mansour e o chefe das Forças Armadas, o general Abdel Fattah Al-Sissi, que deve permanecer como Ministro da Defesa.
O movimento Tamarrod, que iniciou a onda de contestação contra Morsy no final de junho, se recusou a se reunir com Burns, por considerar que Washington apoiou o presidente deposto desde o início.
"Os Estados Unidos não ficaram ao lado do povo egípcio no início do movimento" que contribuiu para a queda de Morsy, declarou à AFP um dos líderes do Tamarrod, Islam Hammam.
Esta é a primeira visita de uma autoridade americana depois da derrubada de Morsy pelo Exército, no dia 3 de julho, após grandes manifestações exigindo a sua saída. A violência registrada após a queda de Morsy deixou cerca de cem mortos em todo o país.
Esta visita acontece em meio a um ambiente delicado entre os dois países. O Egito é um aliado-chave dos Estados Unidos há décadas. O governo americano concede às Forças Armadas egípcias uma ajuda anual de 1,3 bilhão de dólares.
Washington evitou falar de "golpe de Estado", o que causaria uma suspensão automática dessa ajuda.
Mas o governo americano pediu a libertação de Morsy, detido pelo Exército, mas esse apelo não foi atendido pelo Cairo.
[SAIBAMAIS]O novo governo indicou que o ex-chefe de Estado está "em lugar seguro" e "é tratado com dignidade", mas não o deixa aparecer em público desde sua detenção.
Os partidários de Morsy, que denunciam um "golpe de Estado militar" contra o primeiro presidente democraticamente eleito, convocaram novas grandes mobilizações para esta segunda, em particular nas imediações da mesquita Rabaa al-Adawiya, na periferia de Nasr City, onde seus militantes estão acampados há duas semanas.
No início da noite, antes da pausa no jejum, eles já eram dezenas de milhares no local, constatou um jornalista da AFP.
"Eu não sou membro da Irmandade Muçulmana (...), mas estou aqui para defender meu voto", declarou o farmacêutico Gamal Hassan.
Uma passeata foi anunciada em direção à sede da Guarda Republicana, diante da qual 53 pessoas foram mortas a tiros há uma semana durante uma manifestação favorável a Morsy.
A Irmandade Muçulmana quer manter suas manifestações pacificamente, afirmou à AFP o porta-voz Ahmed Aref. "Temos uma causa justa pela qual estamos preparados para nos sacrificar".
O lado contrário a Morsy, que critica o presidente deposto por ter governado para a Irmandade Muçulmana e por não ter conseguido enfrentar a crise econômica, também convocou mobilizações, para a Praça Tahrir.
Enquanto isso, no norte do Sinai, onde a situação ficou crítica nas duas últimas semanas, pelo menos três pessoas morreram pela manhã e outras 17 ficaram feridas no ataque a um ônibus que levava trabalhadores de uma empresa de cimento.
O governo de Beblawi mantém seus esforços para formar um novo governo, sem descartar a inclusão de membros da Irmandade Muçulmana. Ele pretende anunciar a composição de seu gabinete na terça ou na quarta-feira.
Em visita a Paris, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou que o Egito está "em um momento crítico".
A Iniciativa Egípcia para os Direitos Pessoais (EIPR), uma ONG local, alertou para um aumento da violência contra os cristãos coptas, acusados por alguns islamitas de terem atuado pela derrubada de Morsy.
As prioridades devem ser o diálogo e o fim da violência, afirmou o secretário de Estado adjunto Bill Burns, de acordo com a tradução em árabe de suas declarações difundida pelas redes árabes.
Burns afirmou que o país não corre o risco de repetir o que acontece na Síria, segundo uma tradução em árabe de suas declarações exibidas em canais árabes.
Durante o dia, Burns, que foi manifestar "o apoio dos Estados Unidos aos egípcios", se reuniu com as principais autoridades interinas do país: o primeiro-ministro Hazem Beblawi, o presidente Adly Mansour e o chefe das Forças Armadas, o general Abdel Fattah Al-Sissi, que deve permanecer como Ministro da Defesa.
O movimento Tamarrod, que iniciou a onda de contestação contra Morsy no final de junho, se recusou a se reunir com Burns, por considerar que Washington apoiou o presidente deposto desde o início.
"Os Estados Unidos não ficaram ao lado do povo egípcio no início do movimento" que contribuiu para a queda de Morsy, declarou à AFP um dos líderes do Tamarrod, Islam Hammam.
Esta é a primeira visita de uma autoridade americana depois da derrubada de Morsy pelo Exército, no dia 3 de julho, após grandes manifestações exigindo a sua saída. A violência registrada após a queda de Morsy deixou cerca de cem mortos em todo o país.
Esta visita acontece em meio a um ambiente delicado entre os dois países. O Egito é um aliado-chave dos Estados Unidos há décadas. O governo americano concede às Forças Armadas egípcias uma ajuda anual de 1,3 bilhão de dólares.
Washington evitou falar de "golpe de Estado", o que causaria uma suspensão automática dessa ajuda.
Mas o governo americano pediu a libertação de Morsy, detido pelo Exército, mas esse apelo não foi atendido pelo Cairo.
[SAIBAMAIS]O novo governo indicou que o ex-chefe de Estado está "em lugar seguro" e "é tratado com dignidade", mas não o deixa aparecer em público desde sua detenção.
Os partidários de Morsy, que denunciam um "golpe de Estado militar" contra o primeiro presidente democraticamente eleito, convocaram novas grandes mobilizações para esta segunda, em particular nas imediações da mesquita Rabaa al-Adawiya, na periferia de Nasr City, onde seus militantes estão acampados há duas semanas.
No início da noite, antes da pausa no jejum, eles já eram dezenas de milhares no local, constatou um jornalista da AFP.
"Eu não sou membro da Irmandade Muçulmana (...), mas estou aqui para defender meu voto", declarou o farmacêutico Gamal Hassan.
Uma passeata foi anunciada em direção à sede da Guarda Republicana, diante da qual 53 pessoas foram mortas a tiros há uma semana durante uma manifestação favorável a Morsy.
A Irmandade Muçulmana quer manter suas manifestações pacificamente, afirmou à AFP o porta-voz Ahmed Aref. "Temos uma causa justa pela qual estamos preparados para nos sacrificar".
O lado contrário a Morsy, que critica o presidente deposto por ter governado para a Irmandade Muçulmana e por não ter conseguido enfrentar a crise econômica, também convocou mobilizações, para a Praça Tahrir.
Enquanto isso, no norte do Sinai, onde a situação ficou crítica nas duas últimas semanas, pelo menos três pessoas morreram pela manhã e outras 17 ficaram feridas no ataque a um ônibus que levava trabalhadores de uma empresa de cimento.
O governo de Beblawi mantém seus esforços para formar um novo governo, sem descartar a inclusão de membros da Irmandade Muçulmana. Ele pretende anunciar a composição de seu gabinete na terça ou na quarta-feira.
Em visita a Paris, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou que o Egito está "em um momento crítico".
A Iniciativa Egípcia para os Direitos Pessoais (EIPR), uma ONG local, alertou para um aumento da violência contra os cristãos coptas, acusados por alguns islamitas de terem atuado pela derrubada de Morsy.