Agência France-Presse
postado em 15/07/2013 19:58
WASHINGTON - O secretário americano de Estado, John Kerry, viajou à Jordânia nesta segunda-feira (15/7), em sua sexta visita à região para persuadir israelenses e palestinos a retomar as conversações de paz. Kerry se reunirá com uma delegação da Liga Árabe e com líderes jordanianos, disse um alto funcionário americano. Desde que assumiu o cargo, em 1; de fevereiro, Kerry fez da paz no Oriente Médio uma de suas prioridades.
Um funcionário palestino, que pediu para não ser identificado, declarou à AFP que o presidente palestino, Mahmud Abbas, se reunirá com Kerry em Amã, na Jordânia. O porta-voz do departamento de Estado, Jen Psaki, disse que ainda não pode confirmar se Kerry encontrará com líderes israelenses e palestinos durante sua viagem.
Psaki informou que o secretário de Estado se reunirá na quarta-feira, em Amã, com funcionários jordanianos e da Liga Árabe para "colocar em dia o processo de paz no Oriente Médio", além de abordar a situação no Egito e na Síria.
O chefe da diplomacia americana dedicou quatro dias no mês passado aos esforços diplomáticos com israelenses e palestinos para tentar persuadir as duas partes a regressar às negociações diretas após três anos de bloqueio.
Após visitar Amã e a cidade de Ramallah, na Cisjordânia, Kerry disse sentir que "fizemos progressos reais" e acrescentou que "com um pouco mais de trabalho o início das negociações pode estar ao alcance".
Desde então, Frank Lowenstein, um dos dois colaboradores de Kerry que permaneceram na região, reuniu-se "quase que diariamente" com autoridades israelenses e com o negociador palestino Saeb Erakat, segundo o jornal israelense "Haaretz".
No início de julho, uma autoridade palestina disse à AFP que Kerry apresentou uma "iniciativa para retomar negociações diretas e intensivas por seis a nove meses para conseguir um acordo de paz".
Essa iniciativa parte dos princípios propostos pelo presidente americano, Barack Obama, em 2011, que manifestou o desejo da criação de um Estado palestino com base nas fronteiras existentes antes da Guerra dos Seis Dias de junho de 1967. Não prevê, porém, a suspensão da colonização israelense - uma exigência dos palestinos, acrescentou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.
Segundo o jornal "Al Hayat", com sede em Londres, que cita fontes diplomáticas ocidentais, as negociações podem levar de seis a nove meses, período no qual se decretaria uma suspensão da construção de novos assentamentos fora dos principais blocos de colônias da Cisjordânia.
O jornal acrescenta que Israel pode vir a libertar 103 prisioneiros palestinos detidos antes dos acordos de Oslo de 1993, além de permitir aos palestinos o desenvolvimento de projetos no setor "C" da Cisjordânia. Nessa área, 60% do território está sob controle total de Israel.