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Após duas semanas, Espanha pede desculpas a Evo Morales por incidente

A nota da Espanha dirigida à chancelaria da Bolívia foi entregue pelo embaixador espanhol em La Paz, Ángel Vázquez, que lamentou o procedimento do seu homólogo em Viena, Alberto Castro

postado em 15/07/2013 20:12
O avião de Morales não obteve permissão para entrar no espaço aéreo de França, Itália, Espanha e Portugal em sua viagem de Moscou a La Paz
La Paz
- A Espanha apresentou nesta segunda-feira desculpas formais à Bolívia pelo incidente envolvendo o presidente Evo Morales, cujo avião teve o acesso ao espaço aéreo espanhol negado diante da suspeita de transportar o fugitivo americano Edward Snowden.

O governo espanhol "lamenta profundamente este fato, percebe o que poderia ter ocorrido e apresenta suas desculpas...", disse em La Paz o embaixador espanhol, Miguel Angel Vásquez, após entregar uma nota escrita na Chancelaria.

[SAIBAMAIS]O diplomata informou que se reuniu com o chanceler boliviano, David Choquehuanca, e apresentou a nota de desculpas, "como as autoridades bolivianas desejavam, explicando os detalhes do incidente no qual o presidente Morales se viu envolvido".

O avião de Morales não obteve permissão para entrar no espaço aéreo de França, Itália, Espanha e Portugal em sua viagem de Moscou a La Paz, por suspeitas de que estivesse levando a bordo Snowden, procurado por Washington por ter vazado informações relativas a um grande programa de espionagem de comunicações elaborado pelo governo americano.



Na semana passada, o Mercosul exigiu explicações e um pedido de desculpas aos países europeus que fecharam seu espaço aéreo ao avião de Morales.

Os presidentes de Brasil, Argentina, Venezuela e Uruguai decidiram convocar para consultas seus embaixadores em Espanha, França, Itália e Portugal, e também apresentaram uma nota formal de protesto a cada um desses países pedindo explicações e os correspondentes pedidos de desculpas pelo que ocorreu com Morales.

Os líderes do Mercosul reafirmaram ainda "o direito inalienável de todo Estado de conceder asilo", que "não deve ser restringido nem limitado", e criticaram "qualquer tentativa de pressão, perseguição ou criminalização de um Estado ou de terceiros" envolvendo a decisão de conceder este status.

Snowden recebeu ofertas de asilo de Bolívia, Venezuela e Nicarágua, e após três semanas bloqueado no aeroporto de Moscou, o ex-consultor americano de inteligência parece próximo de obter asilo temporário na Rússia.

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