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Grupos muçulmanos da Malásia pedem expulsão de núncio do Vaticano

Dezenas de manifestantes se reuniram em frente à missão do Vaticano na capital da Malásia após a tradicional oração de sexta-feira para pedir a expulsão do representante diplomático da Santa Sé

Agência France-Presse
postado em 19/07/2013 09:36
Kuala Lumpur, Malásia - Vários grupos muçulmanos da Malásia pediram nesta sexta-feira (19/7) ao governo a expulsão do núncio do Vaticano, o arcebispo Joseph Marino, considerado "inimigo do Estado" por apoiar o uso da palavra "Alá" por não muçulmanos. Dezenas de manifestantes se reuniram em frente à missão do Vaticano em Kuala Lumpur, a capital da Malásia, de maioria muçulmana, após a tradicional oração de sexta-feira (19) para pedir a expulsão do representante diplomático da Santa Sé.

Marino, que chegou a Kuala Lumpur há menos de seis meses, recebeu recentemente uma advertência do governo depois de ter falado em uma conferência religiosa sobre o direito de traduzir "Deus" por "Alá" em uma Bíblia escrita em malaio. O governo considera que a palavra "Alá" só pode ser usada por muçulmanos e teme que a tradução de "Deus" por "Alá"" nas Bíblias em malaio crie confusão e seja uma forma de proselitismo da Igreja católica.



Na terça-feira (16/7), Marino foi convocado no ministério das Relações Exteriores para explicar suas palavras, e depois se desculpou, mas não parece ser suficiente para as organizações muçulmanas da Malásia. "Marino deve sair da Malásia", disse Hassan Ali, líder do grupo islâmico JATI, que pede que o governo encerre a missão e não aceite nenhum outro enviado do Vaticano. A Malásia tem mais de 2,5 milhões de cristãos e uma população total de 28 milhões de habitantes, 60% deles muçulmanos.

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