Agência France-Presse
postado em 19/07/2013 19:45
BUENOS AIRES - Uma greve de transportadores de cereais que começou há 15 dias dificulta a saída de barcos dos principais portos da província de Buenos Aires, o maior distrito argentino, onde o desabastecimento começou a ser sentido, disseram à AFP fontes sindicais e portuárias."Reivindicamos um ajuste do quadro tarifário dos fretes, que um aumento de 12% acordado em novembro de 2012 se torne efetivo e que nos devem. Queremos negociar", disse à AFP, Miguel Aguilar, presidente da Associação de Transportadores de Cereais e Afins por seus Direitos (Atcade).
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A Atcade reúne pequenos empresários, donos de não mais que três caminhões cada, que transportam até o porto de Quequén (550 km ao sul) cevada, milho, soja, girassol, trigo e fertilizantes.
A Argentina é o terceiro exportador mundial de soja e está entre os maiores vendedores de milho e trigo.
Nesta sexta-feira, quatro navios no porto e outra dezena de barcos aguardam para poder carregar ou descarregar mercadoria, disse à AFP uma fonte da estação portuária de Quequén, que pediu o anonimato.
O porto de Quequén de águas profundas na costa atlântica é um dos mais afetados pela greve, além de várias cidades do distrito, que sofrem um princípio de desabastecimento e falta de combustíveis.
"Estamos sofrendo um lock out dos caminhoneiros que bloqueiam a entrada e impedem que os caminhões com cereais e oleaginosas cheguem ao porto", disse José Luis De Gregorio, presidente do Consórcio de Gestão do terminal portuário.
De Gregorio antecipou em um comunicado enviado à AFP que serão iniciadas "ações legais contra os responsáveis a fim de que os afetados sejam ressarcidos pelos danos econômicos causados".
O porto de Quequén operou em 2012 cerca de sete milhões de toneladas de cereais e recebeu 306 navios, informa em seu site.