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Premier israelense diz que negociações com palestinos não serão fáceis

Netanyahu expressou a esperança de que as negociações sejam realizadas de maneira responsável, prática e séria

Agência France-Presse
postado em 21/07/2013 10:40
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou neste domingo que as negociações com os palestinos não serão fáceis, depois que o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou um acordo para preparar a retomada das conversações. "As negociações não serão fáceis, mas as iniciaremos sinceramente", afirmou Netanyahu durante o conselho semanal de ministros. O chefe de Estado também enfatizou sua intenção de submeter a referendo qualquer acordo que venha a ser alcançado com os palestinos.

Netanyahu expressou a esperança de que as negociações sejam realizadas de maneira responsável, prática e séria. Na véspera, Netanyahu já havia afirmado que retomar as negociações com os palestinos é de "vital" interesse para Israel, um dia depois do anúncio de um acordo de base para retomar as negociações.

"O recomeço do processo de paz tem um interesse estratégico vital para o Estado de Israel", afirmou em um comunicado.

"É importante em si mesmo tentar por fim ao conflito entre nós e os palestinos e é importante por os desafios que temos diante de nós, especialmente (os procedentes) de Irã e Síria", informou.

Na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou na sexta-feira em Amã que israelenses e palestinos chegaram a um acordo de princípio para retomar as negociações de paz "dentro de uma semana mais ou menos" em Washington.

O chefe da diplomacia americana indicou que, como primeira etapa, o negociador palestino, Saeb Erakat, e sua homóloga israelense, Tzipi Livni, se reunirão em Washington "para iniciar as primeiras reuniões dentro de uma semana, mais ou menos".

Os dirigentes palestinos se comprometeram, por sua vez, a "negociar seriamente" durante pelo menos nove meses, período em que não tentarão nenhuma adesão à organizações internacionais.

[SAIBAMAIS]

O presidente palestino, Mahmud Abbas, comemorou o acordo, mas ressaltou que "ainda existem detalhes específicos a serem resolvidos". Ele exige o congelamento imediado da construção de assentamentos judaicos e a libertação de prisioneiros.

No sábado, Israel também anunciou que irá libertar alguns prisioneiros palestinos como um "gesto" de boa vontade.

Contudo, Israel não se comprometerá com "questões diplomáticas", indicou o ministro israelense das Relações Exteriores, Youval Steinitz, que informou que nenhum acordo foi firmado sobre o congelamento da construção de novos assentamentos em território palestino ou em referência às linhas de demarcação de 1967, principais reivindicações palestinas.

A última rodada de negociações foi interrompida totalmente em setembro de 2010, quando Israel se negou a manter o congelamento da construção de novos assentamentos nos territórios palestinos.

A expansão dos assentamentos também continua a ser um dos maiores obstáculos para as duas partes em conflito.

O anúncio de Kerry foi feito após quatro dias de intensos esforços diplomáticos por parte do secretário de Estado americano, que manteve contatos com líderes israelenses e palestinos a partir da capital jordaniana. Como parte de seus esforços, ele chegou a fazer uma viagem de última hora a Ramallah, na Cisjordânia.

Desde que se tornou secretário de Estado, em fevereiro, Kerry viajou seis vezes para a região.

Israelenses e palestinos têm posições muito diferentes no que diz respeito às questões do status final dos territórios, incluindo as fronteiras de um futuro Estado palestino, o direito de retorno dos refugiados palestinos e o destino de Jerusalém, que ambos desejam como capital.

Como esperado, o movimento radical islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza, rejeitou o anúncio.

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"O Hamas rejeita o anúncio de Kerry sobre a retomada das negociações", declarou à AFP o porta-voz do movimento, Sami Abu Zuhri, reafirmando que "Abbas não tem legitimidade alguma para negociar em nome do povo palestino sobre questões fundamentais".

Outros movimentos palestinos também expressaram cautela.

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