Agência France-Presse
postado em 22/07/2013 09:24
Jerusalém - Israel libertará 80 prisioneiros palestinos condenados a penas mais longas para facilitar a retomada das negociações de paz, indicou nesta segunda-feira (22/7) um dirigente israelense. "As libertação dos prisioneiros começaram quando forem iniciadas as conversações. Estamos falando de libertá-los por etapas", afirmou a fonte, que não quis ser identificada. "São cerca de 80 prisioneiros, todos presos antes dos acordos de paz de Oslo, de 1993", acrescentou.A fonte não quis dar detalhes sobre quando ou quem tomará a decisão, nem se o tema foi tratado por todos os ministros ou apenas pelo premier Benjamín Netanyahu. Segundo a rádio israelense, Netanyahu apresentará o tema a seu gabinete nos próximos dias, antes do primeiro encontro entre os negociadores israelenses e palestinos previsto para o início da próxima semana.
[SAIBAMAIS]No domingo (21/7), Netanyahu afirmou que as negociações com os palestinos não serão fáceis, expressou a esperança de que sejam realizadas de maneira responsável, prática e séria. Na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou em Amã que israelenses e palestinos chegaram a um acordo de princípio para retomar as negociações de paz "dentro de uma semana mais ou menos" em Washington.
O chefe da diplomacia americana indicou que, como primeira etapa, o negociador palestino, Saeb Erakat, e sua homóloga israelense, Tzipi Livni, se reunirão em Washington "para iniciar as primeiras reuniões dentro de uma semana, mais ou menos". O presidente palestino, Mahmud Abbas, comemorou o acordo, mas ressaltou que "ainda existem detalhes específicos a serem resolvidos".
Ele exige o congelamento imediado da construção de assentamentos judaicos e a libertação de prisioneiros. Como esperado, o movimento radical islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza, rejeitou o anúncio. No sábado, Israel anunciou que irá libertar alguns prisioneiros palestinos como um "gesto" de boa vontade.
A última rodada de negociações foi interrompida totalmente em setembro de 2010, quando Israel se negou a manter o congelamento da construção de novos assentamentos nos territórios palestinos. Israelenses e palestinos têm posições muito diferentes no que diz respeito às questões do status final dos territórios, incluindo as fronteiras de um futuro Estado palestino, o direito de retorno dos refugiados palestinos e o destino de Jerusalém, que ambos desejam como capital.