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Dubai indulta norueguesa condenada à prisão depois de sofrer estupro

Um tribunal de Dubai havia condenado a jovem na semana passada a 16 meses de prisão por conduta indecente, perjúrio e consumo de álcool

Agência France-Presse
postado em 22/07/2013 11:34
Oslo - A norueguesa Marte Dalelv, condenada em Dubai depois de denunciar ter sido vítima de um estupro, foi indultada pelas autoridades e poderá deixar os Emirados Árabes Unidos e regressar a seu país. Seu chefe, a quem ela acusou de tê-la estuprado e que foi condenado a 13 meses de prisão por consumo de álcool e relações sexuais consentidas, também foi indultado, indicou o advogado da norueguesa, Mahmud Azab.

[SAIBAMAIS]"Eu me sinto muito, muito feliz", declarou Dalelv, de 24 anos, aos jornalistas, depois de ser informada da decisão. Ela disse que pretende voltar para casa o mais rápido possível. Um tribunal de Dubai havia condenado a jovem na semana passada a 16 meses de prisão por conduta indecente (manter relações sexuais extraconjugais), perjúrio e consumo de álcool. Dalelv havia denunciado ter sido estuprada por seu chefe durante uma viagem de negócios no emirado.



Depois de ser condenada, apelou da sentença e seria julgada de novo, provavelmente em setembro. Enquanto isso, havia se refugiado em uma igreja norueguesa em Dubai, de onde fez um apelo de ajuda financeira à embaixada depois de gastar todo seu dinheiro com as custas judiciais. Uma porta-voz do ministério das Relações Exteriores norueguês, Ragnhild Imerslund, indicou à AFP que Marte Dalelv foi indultada pelo soberano de Dubai, xeque Mohamed Ben Rached Al Maktum, que também é vice-presidente e primeiro-ministro do emirado.

Segundo fontes ligadas ao caso, Marte teria sido vítima da má reputação de seu chefe. A norueguesa chegou a Dubai vindo de Doha a trabalho em março passado, mês em que ocorreram os fatos. Seu chefe, um sudanês de 30 anos, assim como ela, também recuperou o passaporte e já pode voltar para casa.

O caso de Marte Dalelv ocasionou uma onda de indignação na Noruega. "Parece estranho que uma pessoa que denuncia um estupro seja condenada por atos que, em nossa região do mundo, sequer são delitos", havia declarado o ministro das Relações Exteriores norueguês.

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