Agência France-Presse
postado em 23/07/2013 14:59
WASHINGTON - O presidente americano Barack Obama lança nesta quarta-feira (23/7) uma ofensiva para conquistar a classe média, em um momento em que a economia melhora aos poucos e novas batalhas fiscais são travadas no Congresso.Seis meses depois do início de seu segundo mandato de quatro anos, o presidente democrata quer usar o tempo que lhe resta no poder para "pensar e agir a partir de ideias que possam ajudar os americanos a terem sucesso", destacou na segunda-feira diante de partidários reunidos em Washington.
Os desejos de Obama podem ter como obstáculo a rejeição dos republicanos, que controlam a Câmara dos Representantes, a chave para o orçamento. A maioria legislativa na Câmara tem bloqueado várias iniciativas da Casa Branca nesta área desde 2011, o que tem causado duras batalhas políticas.
Obama deve ser recebido na quarta-feira em uma universidade de Ilinóis, estado que o elegeu senador, para um discurso que lançará, segundo a Casa Branca, uma campanha de dois meses em favor de medidas favoráveis à classe média.
Este foi um dos principais temas da campanha de reeleição do presidente em 2012: a ideia de que uma classe média dinâmica é a melhor receita para a prosperidade dos EUA a longo prazo.
A previsão é de que Obama faça discursos parecidos na quarta-feira, em Missouri, e na quinta-feira, na Flórida, em um momento em que a maioria dos indicadores econômicos avançam e o mercado segue subindo, apesar de o crescimento e o desemprego ainda estarem distantes dos bons níveis que compunham o quadro anterior à recessão de 2007-2009.
Cinco anos após a eclosão da crise financeira, "o chão está um pouco mais firme, mas ainda há muito a fazer para que a classe média se sinta segura", argumentou o presidente na segunda-feira.
Até agora, a Casa Branca ainda não deu pistas sobre as medidas que Obama irá tentar aprovar, só se referindo a questões gerais: segurança no trabalho, formação profissional, compra da casa própria, assistência à saúde e previdência.
Obama disse na segunda-feira que vai apresentar "ideias ambiciosas" e esclareceu que algumas delas já foram alvo do debate público no passado.
O presidente alcançou poucas conquistas no Congresso em seu segundo mandato. Não obteve sucesso ao tentar limitar a circulação de armas de fogo e o Legislativo também não foi favorável à estratégia que ele sugeriu para abordar o enorme déficit fiscal do país. Enquanto isso, o futuro da reforma da imigração votada pelo Senado parece incerto na Câmara.
O Congresso deverá abordar, mais uma vez, o teto da dívida do país, que foi ultrapassado algumas vezes e deve ser decidido pelo Legislativo. Em 2011, os republicanos lutaram por um alto corte nos gastos públicos durante uma dessas discussões, e os Estados Unidos ficaram à beira de inadimplência.
As divergências entre os republicanos e os democratas de Obama levaram a altos cortes de gastos do Estado a partir de março.
Obama espera que qualquer acordo que for alcançado pelo Congresso - essencial para que o Estado continue a funcionar depois de outubro - substitua a austeridade por uma junção dos cortes com o aumento de impostos para os mais ricos. Os republicanos rejeitam esse caminho.