Agência France-Presse
postado em 24/07/2013 10:59
Cairo - A Irmandade Muçulmana egípcia condenou nesta quarta-feira (24/7) a "chamada explícita a uma guerra civil", após o discurso do chefe do exército, o general Abdel Fattah al-Sissi, para manifestações de apoio contra o "terrorismo". "A declaração de Sissi é uma chamada à guerra civil", denunciou em comunicado a Irmandade Muçulmana, que luta pelo retorno do presidente Mohamed Mursi, deposto pelo exército em 3 de julho."As ameaças de Sissi, líder do sangrento golpe militar, são uma declaração de guerra civil", insistiu o movimento, acrescentando que o general "tem total responsabilidade pelo derramamento de sangue dos egípcios". Este discurso "se assemelha ao de Bashar, que lançou sua guerra contra o povo sírio ao pedir um mandato semelhante", ressaltou em referência ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
"Convoco todos os egípcios honrados a sair às ruas na sexta-feira para me conceder um mandato para terminar com a violência e o terrorismo", declarou Sissi durante uma cerimônia militar transmitida pela televisão. Sissi pediu à população para "tomar as ruas para mostrar ao mundo suas aspirações como antes de 30 de junho e 3 de julho", referindo-se aos protestos em massa que exigiram a saída de Mursi.
A Irmandade Muçulmana também lançou em um comunicado palavras de ordem para protestos na sexta-feira nas trinta mesquitas no Cairo e em todo o país. Um líder da Irmandade Muçulmana, Essam el-Erian, rejeitou em um primeiro momento as ameaças do chefe do exército, e assegurou que "suas ameaças não impedirão que milhares de pessoas continuem protestando" pela volta de Mursi.