Nahima Maciel
postado em 25/07/2013 11:44
Conhecido pelas críticas à ditadura e à igreja católica, o artista plástico argentino Leon Ferrari morreu nesta quinta-feira (25/7), em Buenos Aires, aos 92 anos. Ferrari era autor de obras polêmicas por sempre incluir conotações políticas e sociais nos trabalhos. Ele questionava qualquer tipo de dogma e chegou a ter exposições agredidas por causa da carga crítica. Em 2004, viu suas obras da mostra Infernos e idolatrias serem vandalizadas por um grupo de fanáticos ultraortodoxos no Centro Cultural Recoleta.Ferrari era um artista premiado. Em 2007, ganhou o Leão de Ouro, prêmio máximo concedido pela Bienal de Veneza, e um ano antes foi agraciado como o Grande Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). O artista realizou a primeira mostra individual em Milão, em 1955, e participou das mais importantes mostras de arte do mundo, como a Documenta de Kassel e a Bienal de Veneza.
Em 2009, sua obra foi exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York e, em 2006, a Pinacoteca do Estado de São Paulo fez uma retrospectiva do artista. Em 2009, ele também ganhou sala especial na 7; Bienal do Mercosul. Atualmente, uma mostra em sua homenagem ocupa a Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), um antigo centro de tortura dos militares transformado em espaço de memória e centro cultural.
Ferrari se opôs veementemente à ditadura, teve um filho desaparecido e foi perseguido antes de se exilar no Brasil, entre 1976 e 1991. Duas filhas do artistas ainda moram em São Paulo. Ferrari morreu de câncer.