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Especialistas criticam Tepco por política de comunicação em Fukushima

Na última segunda-feira, a companhia admitiu que água subterrânea contaminada com trítio, estrôncio, césio e outros elementos radioativos não permanecia parada sob a terra

Tóquio - Um especialista americano em energia atômica criticou nesta sexta-feira (26/7) a companhia elétrica Tepco por sua política de comunicação na gestão das consequências do acidente nuclear de Fukushima, afirmando que "este tipo de comunicação é muito ruim" e que "isto mostra que não sabem o que fazem".



Na última segunda-feira (22/7), a companhia admitiu que água subterrânea contaminada com trítio, estrôncio, césio e outros elementos radioativos não permanecia parada sob a terra, como havia defendido durante semanas, mas que chegava ao oceano.

Já o presidente da Tepco, Naomi Hirose, reconheceu que houve "ao menos quatro momentos antes" nos quais se suspeitou que água contaminada chegava ao mar, mas que a decisão de anunciar essa possibilidade só foi tomada depois que muitos dados foram reunidos e analisados. Os outros membros do comitê também questionaram o modo de agir da Tepco.

"No futuro, a Tepco deve prestar atenção a sua maneira de deixar a população informada, já que pode prever que ocorrerão outros problemas técnicos porque o desmantelamento é uma tarefa complexa que levará tempo", declarou Barbara Judge, presidente emérita da autoridade nuclear britânica. Para Masafumi Sakurai, membro japonês do comitê, a tática da Tepco sempre foi a mesma: "Enquanto não tiver sido completamente verificado, não pode ser anunciado".