Agência France-Presse
postado em 27/07/2013 18:56
WASHINGTON - O secretário de Estado americano, John Kerry, disse neste sábado (27/7) que seu país está "profundamente preocupado" com "o derramamento de sangue e a violência" das últimas horas no Egito, que deixou pelo menos 65 mortos.As autoridades egípcias "têm a obrigação moral e legal de respeitar o direito de se manifestar de maneira pacífica e a liberdade de expressão", declarou Kerry, em nota divulgada hoje.
[SAIBAMAIS]"É um momento-chave para o Egito. Há pouco mais de dois anos que uma revolução começou, que ainda não terminou, mas seu destino estará marcado para sempre pelo que está acontecendo atualmente", acrescentou Kerry.
"A violência fez o processo de reconciliação e de democratização do Egito retroceder, mas também tem um impacto negativo na estabilidade da região", destacou.
O secretário de Estado contou que se reuniu, neste sábado pela manhã, com o vice-presidente interino do Egito, Mohamed El Baradei, e com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
"Os Estados Unidos solicitam uma investigação independente e imparcial dos acontecimentos dessas últimas horas", ressaltou.
"Um processo político é necessário para chegar o quanto antes a um governo eleito, que respeite o pluralismo e a tolerância. Um diálogo político significativo, pedido pelo próprio governo interino, deve ser levado adiante com representantes de todas as tendências da sociedade egípcia", insistiu.
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"Para permitir isso, os Estados Unidos reiteram seu apelo pelo fim das detenções de caráter político e que os dirigentes dos partidos sejam libertados, de acordo com a lei", concluiu Kerry.
Pelo menos 65 pessoas morreram neste sábado no Cairo, após confrontos entre policiais e partidários do presidente deposto Mohamed Mursi, os mais letais desde que ele foi afastado do poder. Ambos os lados trocaram acusações sobre o início da violência, que também deixou oito mortos em Alexandria (norte), na sexta-feira. Já são 74 vítimas fatais em apenas dois dias.