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Xiitas são os grandes perdedores das eleições no Kuwait

Segundo resultados definitivos divulgados na madrugada deste domingo, os candidatos da minoria xiita obtiveram oito assentos dos 50 que compõem o Parlamento

Agência France-Presse
postado em 28/07/2013 08:50
CIDADE DO KUWAIT - A minoria xiita do Kuwait perdeu mais da metade de seus assentos parlamentares e os liberais ganharam alguns, na segunda eleição legislativa realizada em apenas oito meses no país.

Segundo resultados definitivos divulgados na madrugada deste domingo (28/7) pelas autoridades, os candidatos da minoria xiita obtiveram oito assentos dos 50 que compõem o Parlamento.

Nas eleições de dezembro, os xiitas, que representam 30% da população, obtiveram um número recorde de 17 assentos.

Os liberais, que não tinham nenhum assento no Parlamento anterior, agora ganharam ao menos três. Já os islamitas sunitas reforçaram seu peso político ao passar de cinco para sete assentos.

Segundo o site do Ministério da Informação, a participação cresceu nestas eleições, de 40% em dezembro a 52,5% de eleitores agora, sobretudo pela participação de tribos que boicotaram as eleições anteriores. Trata-se da primeira eleição kuwaitiana a acontecer durante o mês do jejum do Ramadã.

Os dois últimos Parlamentos do país foram dissolvidos pela Corte Constitucional, e os anteriores, pelo chefe de Estado. Mas esta nova eleição não gera esperança de estabilidade política neste rico país petroleiro do Golfo.

Embora o Kuwait seja a única monarquia árabe do Golfo, junto com o Bahrein, a ter um Parlamento eleito, todos os postos-chave do Executivo continuam nas mãos de membros da família Al-Sabah.

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A instabilidade política bloqueia projetos de desenvolvimento, apesar dos colossais excedentes orçamentários. Membro da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), o país detém 10% das reservas de petróleo do mundo.

O Kuwait tem uma população estimada em 3,9 milhões de habitantes, sendo 69% de estrangeiros, e apenas 400 mil pessoas têm direito de votar. A idade legal para votar é 21 anos, e policiais e militares são proibidos de comparecer às urnas.

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