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Pró-Morsy convocam protesto de 'um milhão de manifestantes' no Egito

O Conselho de Defesa Nacional havia prometido "medidas decisivas e firmes" se os manifestantes "se excederem do direito à expressão pacífica e responsável da opinião"

Agência France-Presse
postado em 29/07/2013 09:43
Cairo - Os partidários de Mohamed Morsy convocaram para terça-feira (30/7) "um milhão de manifestantes" para exigir o retorno ao poder do presidente egípcio deposto pelo exército, embora as novas autoridades tenham advertido que agirão de modo firme diante do protesto. Neste contexto de bloqueio político, a representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, viajou ao Egito, onde deve se reunir com todas as partes.

Partidários do presidente deposto do Egito, Mohamed Morsy (retrato) em manifestação em Sanaa
Uma coalizão de grupos islamitas favoráveis a Morsy convocou nesta segunda-feira (29/7) grandes protestos para terça-feira (30) e pediu que as pessoas se dirijam "aos edifícios administrativos das forças de segurança" para denunciar "o uso de balas reais contra manifestantes pacíficos", após a morte de 72 manifestantes no sábado.

No domingo (28/7), o Conselho de Defesa Nacional, presidido pelo chefe de Estado interino Adli Mansour, havia prometido "medidas decisivas e firmes" se os manifestantes "se excederem em seu direito à expressão pacífica e responsável da opinião".

Convocou os partidários de Morsy que acampavam em dois locais do Cairo a "anunciar imediatamente que renunciam clara e definitivamente à violência, ao terrorismo e às agressões, de palavra ou em atos, aos cidadãos". No entanto, os islamitas anunciaram nesta segunda-feira (29) a convocação de "uma marcha na terça-feira de um milhão de pessoas sob o lema ;os mártires do golpe de Estado;". "Saiam às ruas e às praças para reconquistar sua liberdade, sua dignidade - usurpadas por um golpe de Estado sangrento - e pelos direitos dos mártires assassinados a tiros" pelo novo poder, acrescentou a coalizão islamita em um comunicado.



[SAIBAMAIS]No domingo (28), a violência política deixou dois mortos entre os partidários de Morsy, um em Port Said, nordeste, e outro em Kafr el-Zayat, norte, e cerca de 30 feridos. Por sua vez, na noite de domingo (28), um soldado egípcio morreu e oito ficaram feridos em um ataque registrado em Rafah, na fronteira com o enclave palestino de Gaza, indicaram os serviços de segurança.

Dez soldados morreram na região do norte do Sinai desde o aumento da violência gerado pelo golpe do exército contra Morsy, no dia 3 de julho. Também faleceram 17 policiais neste mês. Já o exército apontou 20 "terroristas armados" mortos no total. No campo diplomático, Ashton retornou ao Cairo na noite de domingo, pela segunda vez em menos de duas semanas.

Além do vice-presidente Mohamed ElBaradei, com quem se reuniu no domingo, Ashton deve se encontrar com Mansour e "com representantes das forças políticas", segundo a vice-presidência. ElBaradei, segundo um comunicado, indicou que as atuais autoridades egípcias "estão fazendo todo o possível para alcançar uma saída pacífica para a crise atual".

Por sua vez, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, advertiu no domingo o governo interino do Egito que cada morte de um opositor nas manifestações piora as possibilidades de que o país supere a crise política. Por último, a organização Human Rights Watch denunciou um "desprezo criminoso" das autoridades "pela vida humana".

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