Roma - O Tribunal de Cassação italiano está reunido nesta terça-feira (30/7) para se pronunciar sobre a condenação do ex-primeiro-ministro e magnata das comunicações Silvio Berlusconi, uma sentença que pode colocar fim a sua carreira política e que põe em perigo a atual coalizão de governo de centro-esquerda. A Suprema Corte deverá confirmar ou não a condenação de Berlusconi a 4 anos de prisão por fraude fiscal na aquisição de direitos televisivos para seu império audiovisual Mediaset e a cinco anos de inabilitação para exercer cargos públicos.
"O dia do julgamento", afirma o influente jornal Il Coriere della Sera, enquanto o La Stampa afirma que o veredicto constitui "um obstáculo gigante que paralisa a máquina política" da Itália. Os magistrados, que começaram a examinar vários casos, podem levar vários dias para confirmar ou não a sentença, que inabilitaria o líder indiscutível da direita italiana e magnata das comunicações, que foi três vezes primeiro-ministro.
Segundo a imprensa local, os magistrados pronunciarão o veredicto entre quarta ou quinta-feira e alguns comentaristas não descartam que seja adiado para setembro. Por sua vez, o Il Cavaliere confessou em uma entrevista que não consegue "dormir há um mês" pelo caso. O Tribunal de Milão (norte) confirmou em maio passado a condenação a quatro anos de prisão do ex-primeiro-ministro italiano por fraude fiscal pelo caso Mediaset, mas a reduziu a um ano graças a uma anistia.
Berlusconi, de 76 anos, foi julgado por aumentar artificialmente o preço dos direitos de difusão de filmes, comprados por empresas de fachada de sua propriedade e vendidos ao seu império audiovisual Mediaset, um sistema que permitia ao grupo reduzir os lucros na Itália e pagar menos impostos. Berlusconi, atual senador da república, não será detido devido à idade, mas sua inabilitação por cinco anos a qualquer cargo público pode gerar uma crise política inédita.
Ninguém se atreve a apostar sobre a decisão do Tribunal, a mais alta hierarquia judicial do país e cujas decisões não podem ser impugnadas.