Agência France-Presse
postado em 31/07/2013 19:41
O homem que atirou em seis vizinhos até ser morto pela polícia, no sábado, em um prédio em Miami, havia telefonado para o número de emergência 911 para dizer que estava sendo vítima de bruxaria."Estão querendo fazer bruxaria comigo", diz Pedro Vargas, em espanhol, em uma ligação de pelo menos 12 minutos feita para o telefone 911 (equivalente ao 190, no Brasil), na sexta à tarde.
O telefonema foi dado poucas horas antes do início do tiroteio, no qual seis pessoas morreram, no prédio residencial de Hialeah.
A gravação dessa chamada foi divulgada nesta quarta-feira pelo Departamento da Polícia de Hialeah, localidade conhecida como o coração do exílio cubano nos Estados Unidos, perto do aeroporto internacional de Miami.
"Eu me sinto ameaçado e estou sendo vítima de bruxaria", ouve-se do outro lado da linha.
Logo depois, sua mãe, uma senhora de 89 anos, pega o telefone e pede à atendente que a polícia não seja acionada. Segundo ela, seu filho estaria tendo um ataque nervoso. A atendente pergunta, então, se ela se sente em perigo, e a resposta é não. Em tom confuso, porém, a mãe diz que gostaria que seu filho se consultasse com um psiquiatra.
Pedro Vargas, um cubano de 42 anos naturalizado americano, acusou um advogado identificado como Castillo do suposto trabalho de bruxaria. Ele pediu à atendente do 911 que anotasse a placa de um automóvel suspeito, que ele via pela janela de seu apartamento.
Vargas teria iniciado um incêndio com notas de dólar em seu apartamento, segundo fontes da polícia. Quando os administradores do edifício tocaram a campainha para insistir que ele saísse de lá, o homem começou a atirar.
Designer gráfico demitido de vários trabalhos desde 2008 por condutas "impróprias" com seus superiores, Vargas matou o casal de colombianos que administrava o prédio, além de outras quatro pessoas, todas de origem latina.
Uma das vítimas foi Carlos Gavilanes, um equatoriano de 33 anos, morto por uma bala perdida quando caminhava para seu apartamento junto com o filho. Ele morava no prédio em frente ao lugar da troca de tiros.
Pedro Vargas tinha uma arma, comprada legalmente, e contava com licença para portá-la.