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Islamitas egípcios relançam mobilização, apesar de ameaças do governo

Uma coalizão islamita que exige a restauração do presidente deposto rejeitou o chamado do ministério egípcio do Interior a acabar o mais rápido possível com suas manifestações no Cairo

Agência France-Presse
postado em 01/08/2013 11:18
Cairo - Os simpatizantes do presidente deposto Mohamed Morsy convocaram nesta quinta-feira (1;/8) o prosseguimento de sua mobilização no Egito, desafiando a ordem de dispersão do governo e cometendo novos atos de violência, enquanto autoridades internacionais chegam no Cairo para tentar uma mediação. Uma coalizão islamita que exige a restauração do presidente deposto rejeitou nesta quinta-feira (30/7) o chamado do ministério egípcio do Interior a acabar o mais rápido possível com suas manifestações no Cairo. "Vamos continuar com nossos protestos e manifestações pacíficas", declarou à AFP a porta-voz da Coalizão anti-golpe de Estado, Ala Mostafa.

Defensores egípcios do deposto presidente Mohamed Morsy em protesto contra o governo no Cairo
Após a partida da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, e o enviado especial da União Europeia no Oriente Médio, Bernardino Leon, chegaram ao país para se reunir com o governo e a oposição. Westerwelle, que viajou para "encorajar todas as forças políticas a abrir o diálogo", se reunirá com o presidente interino Adly Mansour e com representantes de diferentes forças políticas, entre elas a Irmandade Muçulmana de Morsy.



Defendendo um "retorno à democracia", disse que espera um novo começo para os egípcios em uma coletiva de imprensa no Cairo com seu colega egípcio, Nabol Fahmy. Na próxima semana, o presidente americano, Barack Obama, enviará ao Cairo dois influentes senadores, Lindsey Graham e John McCain, para pressionar o exército a organizar eleições gerais e acelerar o retorno ao poder civil.

No campo internacional aumentam os chamados para uma transição inclusiva na qual também participe a Irmandade Muçulmana, a potente confraria da qual Morsy é proveniente. Morsy foi deposto no dia 3 de julho pelo exército após grandes manifestações que pediam sua saída. Mas as novas autoridades agora estão determinadas a terminar com as manifestações pró-Morsyi no Cairo, no centro de episódios de violência muito sangrentos ocorridos nas últimas semanas.

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