Agência France-Presse
postado em 02/08/2013 09:45
Cidade do Vaticano - O papa Francisco enviou nesta sexta-feira (2/8) uma mensagem pessoal, assinada por ele mesmo, aos muçulmanos, no qual defende o respeito mútuo e pede para que se ponha um fim "nas críticas injustificadas e difamações" entre ambas as partes. "Este ano decidi assinar pessoalmente esta mensagem", escreveu o papa em relação à mensagem que o Vaticano tradicionalmente envia todos os anos por ocasião do Ramadã.O papa convidou ainda os muçulmanos de todo o mundo, a quem chama de "meus amigos", a refletir, pedindo "a promoção do respeito mútuo através da educação para evitar "críticas injustificadas e difamações" por parte das duas religiões. O papa ressalta que seu nome ;Francisco; é o mesmo de um santo que foi chamado de ;o Irmão universal;.
[SAIBAMAIS]"Somos chamados a respeitar em cada pessoa, primeiramente sua vida, sua integridade física, sua dignidade, seus direitos, sua reputação, seu patrimônio, sua identidade étnica e cultural, suas ideias e suas escolhas políticas. É por isso que nós somos chamados a refletir, a falar e a escrever de maneira respeitosa do outro, não apenas em sua presença, mas todos os dias e em todos os lugares, evitando a crítica injustificada ou difamatória", insistiu. "Para este fim, a família, a escola, a educação religiosa e todas as formas de meios de comunicação desempenham um papel determinante", prosseguiu.
Nas relações entre cristãos e muçulmanos, "somos chamados a respeitar a religião dos outros, os ensinamentos, símbolos e valores. É por isso que reservamos um respeito particular aos líderes religiosos e locais de culto". "Como são dolorosos esses ataques contra um ou outro", escreveu. Ele pediu os líderes do Islã e do cristianismo a "encorajar os jovens a pensar e a falar de maneira respeitosa das outras religiões e daqueles que as praticam, evitando ridicularizar ou denegrir suas convicções e ritos".
O Conselho Pontifício para o diálogo interreligioso envia a cada um aos muçulmanos uma mensagem de votos. Em 1991, João Paulo II fez como Francisco, assinando pessoalmente a mensagem. A mensagem de 2013 é publicada em um contexto de tensão, onde, na educação e nos meios de comunicação, no Ocidente e no mundo Muçulmano, caricaturas são criadas sobre outras religiões. E no momento em que muitos cristãos, principalmente no berço do cristianismo, são impedidos de exercer sua religião e são perseguidos por grupos islamitas. A conversão ao cristianismo é severamente punida. Em países como a Arábia Saudita, onde vários milhões de imigrantes cristãos vivem, não é possível construir uma única igreja.