Agência France-Presse
postado em 02/08/2013 11:33
Harare - O MDC, o partido do primeiro-ministro do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, não reconhece os resultados das eleições de quarta-feira, cuja vitória foi reivindicada pelo presidente Robert Mugabe. Segundo a oposição, o processo eleitoral foi fraudulento. "Decidimos rejeitar estas eleições e suas consequências, o que inclui o governo resultante. Rejeitamos totalmente e não reconhecemos", explicou à AFP Douglas Mwonzora, depois de uma reunião do comitê central do partido.Mugabe teria obtido cerca de 75% os votos nas presidenciais e o partido, o Zanu-PF, poderá alcançar uma maioria de dois terços na assembleia, indicou nesta sexta-feira um porta-voz do movimento. "Nossas previsões são que o presidente terá entre 70% e 75% dos votos. É o que acredito segundo o que vejo no local", disse à AFP o porta-voz do partido presidencial, Rugare Gumbo. "Acredito que teremos uma maioria de dois terços aproximadamente" na assembleia, onde o Movimento pela Mudança Democrática (MDC) do primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, o principal rival de Mugabe, tinha até agora a maioria, acrescentou.
O Zanu-PF ganhou 52 dos 62 assentos nas circunscrições nas quais os resultados já foram divulgados. Os assentos em jogo chegam a 210. "Vamos ter como mínimo entre 130 e 140 assentos", previu Gumbo. Se forem confirmados, estes números significarão uma grande vitória para Mugabe, de 89 anos e há 33 no poder, e uma derrota para seu principal rival Morgan Tsvangirai, que chegou ao cargo de primeiro-ministro sob sua presidência para evitar uma guerra civil.
Tsvangirai classificou na quarta-feira (31/7) as eleições de "grande farsa" e vários observadores denunciaram irregularidades no processo. No entanto, o chefe da missão de observadores da União Africana, Olusegun Obasanjo, declarou nesta sexta-feira que as eleições no país foram "livres, honestas e confiáveis". Este julgamento é válido "a menos que existam outras coisas que possam ser demonstradas, deixando de lado alguns incidentes" que não foram suficientemente graves para modificar os resultados, acrescentou Obasanjo.