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Equador se defenderá de "campanha de desmoralização" da Chevron

Correa acusou a multinacional americana de estar por trás de uma "campanha criminosa" contra o governo e a justiça do Equador

Agência France-Presse
postado em 05/08/2013 16:28
QUITO - O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou nesta segunda-feira (5/8) que seu governo se defenderá da "campanha de desmoralização" com a qual a petroleira americana Chevron tenta, segundo ele, desconsiderar uma sentença milionária por danos ambientais.

"A Chevron gasta centenas de milhões de dólares em campanha de desmoralização contra o Equador. Quer demonstrar que as ;big oil; (nr: as grandes empresas de petróleo) não podem ser julgadas", escreveu o presidente em sua conta no microblog Twitter.

Correa, que no fim de semana tinha acusado a multinacional americana de estar por trás de uma "campanha criminosa" contra o governo e a justiça do Equador, acrescentou que dará uma resposta à empresa, sem dar maiores detalhes. "Saberemos defender o país. Será a luta de Davi contra Golias, mas temos a melhor arma: a verdade", redigiu Correa.

Em uma decisão de segunda instância da Justiça equatoriana, a petroleira americana foi condenada em 2012 a pagar US$ 19 bilhões no âmbito de um polêmico julgamento por contaminação na Amazônia.



O caso está nas mãos da mais alta corte equatoriana, embora a empresa desconheça as sentenças prévias por considerá-las "fraudulentas" e tente nos tribunais internacionais fazer que o Estado equatoriano assuma a indenização por danos ambientais.

A Chevron, que nunca operou diretamente no Equador, assumiu o pleito ao tomar o controle da Texaco, em 2001. Essa empresa operou no país entre 1964 e 1990, e após sua saída, comunidades indígenas iniciaram um processo que já completa quase 20 anos por contaminação na selva amazônica.

Os demandantes iniciaram ações em Brasil, Argentina e Canadá, com o objetivo de tornar a sentença efetiva. Em junho, no entanto, a Suprema Corte da Argentina tornou o embargo sem efeito.

Segundo Correa, a Chevron investiu US$ 400 milhões e contratou 900 advogados para tentar desconsiderar a sentença da justiça equatoriana, aludindo, entre outras razões, a que o governo interveio indevidamente no processo. Procurada pela AFP para comentar o caso, a empresa americana não respondeu.

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