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Suprema Corte russa reduz em dois meses pena de 11 anos de Khodorkovski

A defesa de ambos, que exigia a anulação da segunda condenação e libertação imediata, anunciou que pretende recorrer da nova sentença

Agência France-Presse
postado em 06/08/2013 09:01
Preso magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky é visto em uma tela durante um apelo para uma sentença reduzida pelo Supremo Tribunal da Rússia em Moscou, lavagem de dinheiro

Moscou -
A Suprema Corte russa reduziu nesta terça-feira em dois meses a pena de 11 anos de prisão do ex-magnata russo e opositor ao Kremlin Mikhail Khodorkovski, que denunciou os julgamentos vergonhosos e políticos na Rússia. A Suprema Corte decidiu reduzir a pena de prisão de Khodorkovski e de seu associado Platon Lebedev, detidos desde 2003, a dez anos e dez meses de prisão.

[SAIBAMAIS] Assim, o ex-dirigente do gigante petroleiro Yukos deixará a prisão em agosto de 2014.

"Seria uma vergonha legalizar esta decisão com o veredicto da Suprema Corte", lançou durante a audiência o homem que foi o mais rico da Rússia, vestido com a roupa preta comum aos prisioneiros, e que participou por videoconferência a partir do campo de Segueji (noroeste). O ex-líder do gigante petroleiro russo Yukos e seu associado, detidos em 2003, foram condenados em 2005 por fraude e evasão fiscal a oito anos de campo

A pena se ampliou a 14 anos em dezembro de 2010, após um segundo julgamento por roubo de petróleo e lavagem de 23,5 bilhões de dólares, um total que caiu em um ano e depois em dois anos em apelação.

O pai de Khodorkovski, Boris, mostrou-se decepcionado. "Dois meses, é humilhante para o país inteiro", declarou. A defesa dos dois homens, que exigia o cancelamento da segunda condenação e sua libertação imediata, declarou que recorrerá da sentença. "Temos a possibilidade de recorrer ao Presidium da Suprema Corte", a máxima instância judicial na Rússia, declarou o advogado de Khodorkovski, Vadim Kliuvgant, citado pela agência RAPSI.


Khodorkovski aproveitou seu novo julgamento para criticar com violência o uso das forças de segurança para lutar contra os opositores ao regime. "Desde o caso Yukos, a promotoria e o comitê de investigação se converteram com a televisão nos principais instrumentos da política interna", lançou. A justiça russa é acusada frequentemente pelos defensores de direitos humanos de decidir em função de motivações políticas, como quando condenou em 2012 as integrantes do grupo Pussy Riot por uma oração punk contra Vladimir Putin ou no mês passado o opositor Alexei Navalny por fraude, um caso, segundo ele, fabricado para incriminá-lo.

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