Agência France-Presse
postado em 06/08/2013 11:25
Madri - A família do opositor cubano Oswaldo Payá, falecido junto a Harold Cepero em um acidente de carro em 22 de julho de 2012, apresentará uma queixa ante um tribunal espanhol para investigar a morte. A notícia foi dada pelo irmão do dissidente, Carlos Payá, que explicou que a investigação da morte poderá ser feita na Espanha, já que Oswaldo também tinha cidadania espanhola.Na segunda-feira (5/8), o político conservador espanhol Angel Carromero, em uma entrevista ao jornal El Mundo, afirmou que a morte do opositor cubano não foi provocada por um acidente de trânsito, do qual "saiu vivo", e sim pelos serviços secretos de Cuba que o "assassinaram". "Os serviços secretos cubanos assassinaram Oswaldo Payá", afirmou Carromero, que dirigia o veículo no qual morreram Payá e o dissidente cubano Harold Cepero, em 22 de julho 2012. "Oswaldo Payá saiu vivo do acidente" e a versão oficial sobre um excesso de velocidade foi um álibi perfeito para ocultar a morte do único opositor que podia liderar a transição em Cuba", afirmou o político.
[SAIBAMAIS]"Estou seguro de que ele (Payá) saiu vivo do acidente. As enfermeiras e um pároco me asseguraram que no hospital os quatro foram internados", insistiu. No veículo acidentado também viajava um jovem político conservador sueco, Aron Modig, que declarou que dormia no momento em que o carro saiu da estrada, perto da cidade cubana de Bayamo. Carromero é vice-secretário das juventudes do Partido Popular, liderado pelo primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy.
Pouco mais de um ano depois da tragédia, Carromero, que foi condenado pela justiça cubana a quatro anos de prisão por homicídio por imprudência e atualmente cumpre a pena fora da prisão na Espanha, quebrou o silêncio público que havia mantido até agora. Desde o início, a família de Payá - candidato em cinco ocasiões ao Prêmio Nobel da Paz e vencedor em 2002 do prêmio Sakharov de direitos humanos do Parlamento Europeu - isentou Carromero de qualquer responsabilidade e exige uma investigação independente sobre a morte.