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Constituinte da Tunísia suspende trabalhos por tempo indeterminado

"Assumo minha responsabilidade como presidente da ANC e suspendo os trabalhos da Assembleia até que comece um diálogo", declarou aliado laico de centro-esquerda do partido islamita Ennahada

Agência France-Presse
postado em 06/08/2013 19:11
A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Tunísia suspendeu seus trabalhos, à espera do início das negociações entre governo e oposição para pôr fim à crise política no país, anunciou nesta terça-feira (6/8) o presidente da ANC, Mustafa Ben Jaafar.

"Assumo minha responsabilidade como presidente da ANC e suspendo os trabalhos da Assembleia até que comece um diálogo (entre governo e oposição)", declarou esse aliado laico de centro-esquerda do partido islamita Ennahada, no poder.

"Peço a todos que participem do diálogo", disse Ben Jaafar, cujo partido, Ettakatol, sem deixar o governo, é a favor da formação de uma nova equipe ministerial.

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Uma coalizão opositora incomum condiciona qualquer negociação à renúncia do governo, enquanto o Ennahda se nega a iniciar uma negociação que exija a saída prévia da atual administração.

Mais cedo, em um discurso na ANC, o primeiro-ministro Ali Larayedh afirmou que a intensificação das manifestações na Tunísia prejudica a luta contra o terrorismo.

Manifestantes contrários e a favor do governo têm multiplicado nos últimos dias seus atos desde o assassinato do influente deputado opositor Mohamed Brahmi, em 25 de julho. A oposição pede a renúncia do governo dirigido pelo partido islamita Ennahda e a dissolução da ANC.

As declarações de Larayedh foram feitas horas antes de uma grande manifestação convocada para a noite desta terça pela oposição para pressionar pela renúncia do governo, seis meses depois do assassinato de outro líder opositor, Chokri Belaid. Ele foi morto a tiros em 6 de fevereiro.

A poderosa central sindical tunisiana UGTT, que conta com 500 mil afiliados, também vai aderir à manifestação desta terça. Embora seja contra a dissolução da ANC, a central é favorável à renúncia do governo.

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